17/01/2017 14:36

A FASE se somou à mobilização pela libertação de Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Repudiamos sua detenção e a criminalização das cerca de 3 mil pessoas em luta por moradia em São Mateus, zona leste de São Paulo. Prestamos solidariedade a Boulos e à Ocupação Colonial, alvo de violência cometida pela Tropa de Choque nesta terça-feira (17).

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Ocupação Colonial pede socorro! (Foto: MTST /Reprod.)

Boulos foi acusado de “incitar a violência” e cometer “desobediência civil”. Mas, segundo o MTST, ele apenas agiu como mediador durante a reintegração de posse do terreno, onde as famílias já estavam há mais de um ano. A polícia militar usou de bombas de efeito moral, gás de pimenta e jatos d’água na operação. “Homens, mulheres, crianças, idosos e deficientes foram jogados na rua por uma decisão judicial que considerou apenas os interesses do proprietário de um latifúndio urbano”, destaca o movimento em nota.

A FASE acredita que garantir moradia digna, algo que consta na Constituição Federal, é fundamental para a construção de cidades realmente justas. As famílias foram expulsas do local sem que tivessem, ao menos, outro destino certo. O pedido de suspensão da reintegração de posse, feito pelo Ministério Público, foi negado pela Justiça paulista sem a garantia do já tão questionável “aluguel social”.

A ocupação não era organizada pelo MTST, porém Boulos estava lá em solidariedade aos ocupantes. Sua prisão demonstra que a liberdade de lutar por direitos se encontra cada vez mais ameaçada. E a ruptura democrática ocorrida com a posse do governo não eleito de Michel Temer tende a aprofundar as desigualdades no país. Não nos intimidaremos e continuaremos resistindo aos ataques à democracia e ao atual modelo de desenvolvimento.