A economia brasileira não se cansa de produzir desigualdades. Para a FASE, os espaços urbanos se materializam em função da implantação do modelo de desenvolvimento em curso no país. Os incentivos às indústrias de automóvel e de petróleo, entre outras, ocorrem em detrimento de políticas públicas justas e sustentáveis. Essa realidade demonstra que as cidades não são somente espelho, mas também um dos motores de um progresso que viola os direitos.
Por isso, a defesa do “Direito à Cidade com Justiça Socioambiental” é uma das causas da FASE. Faz parte desse trabalho a construção de ações de enfrentamento às desigualdades sociais nas regiões metropolitanas, contribuindo para a consolidação de uma plataforma de luta por direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. As iniciativas propostas combinam estratégias de atuação nacional, regional e local, incidindo concretamente na qualidade de vida das populações.
A denúncia e a defesa de propostas contrárias ao caráter privatista em espaços urbanos são feitas em mobilizações junto a outras organizações, fóruns, redes e movimentos sociais. A FASE também atua junto a populações diretamente afetadas pela violência urbana e pela falta de moradias de qualidade, saneamento, transporte acessível e eficiente, educação, saúde e lazer.
A FASE chama a atenção para o fato de o direito à cidade se estender para além do acesso a essas políticas públicas: inclui necessariamente a possibilidade de se pensar alternativas e de se apropriar dos espaços urbanos, ampliando a democracia. As decisões sobre os rumos das cidades devem ser tomadas a partir da participação popular. Desenvolver e difundir metodologias, estudos e indicadores de monitoramento e controle social fazem parte desse trabalho.
Além disso, a FASE acredita que o debate sobre desenvolvimento ganha novos contornos quando associado à justiça ambiental, já os grandes empreendimentos que fortalecem o atual modelo urbano fazem uso intensivo dos recursos naturais. E mais: as degradações ambientais provocadas afetam de forma desigual a cidade, sendo as áreas empobrecidas as mais impactadas. Por fim, a construção de um novo modelo de cidade justa também passa por avanços na organização das mulheres e na promoção da segurança alimentar e nutricional.