14/01/2016 12:28

chapada MT

Grupo de visitantes de iniciativa agroecológica na Chapada dos Guimarães. (Foto: Gias)

Cerca de 30 membros da Associação Regional de Produtoras Extrativistas do Pantanal (Arpep) estiveram na Chapada dos Guimarães em dezembro para conhecer uma das principais experiências agroflorestais de Mato Grosso, o sítio Jamacá. O objetivo da Arpep¹ foi intercambiar conhecimentos em agroecologia para possibilitar a futura diversificação da produção da Associação, que atualmente está focada no pequi, cumbaru e babaçu.

Nesse sentido, Eloir Antonio Bernardon acolheu os visitantes com uma apresentação do sítio e das práticas desenvolvidas no local, que vêm sendo aperfeiçoadas desde 1985. Eloir explicou que o sistema agroflorestal permite recuperar e manter a qualidade do solo, além de aproveitar melhor o espaço para uma produção responsável de alimentos saudáveis através da diversificação de culturas. Com as agroflorestas, o agricultor pode produzir hortaliças, frutíferas e espécies florestais em um mesmo ambiente, planejando uma produção constante em curto, médio e/ou longo prazo. “Foi depois de um curso de sistemas agroflorestais que percebi que, realmente, a agroecologia é a solução para o pequeno agricultor e para a toda a sociedade. Até a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) declarou que a única solução para a fome no mundo é a agricultura familiar”, disse o professor.

Arpep também fez seu planejamento de 2016. (Foto: Gias)

Arpep também fez seu planejamento de 2016 durante o evento. (Foto: Gias)

Na avaliação das agricultoras da Arpep, o intercâmbio foi extremamente positivo, pois elas descobriram o funcionamento dos sistemas agroflorestais. “Já tínhamos decidido diversificar a produção da Arpep, agora sabemos como fazer. Com planejamento e clareza já estamos considerando cultivar outros produtos no ano que vem”, disse Erica Sato Catelan, presidenta da Associação.

O intercâmbio fez parte da reunião de planejamento das atividades da Arpep para 2016, com o apoio do programa da FASE no Mato Grosso. Além de considerar a diversificação da produção agroecológica através de sistemas agroflorestais, a atividade contemplou ainda a reflexão sobre a necessidade de incluir e empoderar mais mulheres ao grupo. A conscientização do restante das comunidades e famílias, e particularmente a inclusão da juventude foram outros aspectos discutidos nos dias 12 e 13 de dezembro.

Em 2015, a Associação já tinha aprovado três projetos e mais um para 2016. Em 2013, a Arpep recebeu o Prêmio “Mulheres Rurais que produzem o Brasil Sustentável” da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em parceria com a Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais (DPMR/MDA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

[1] Matéria publicada no site do Grupo de Intercâmbio em Agroecologia (GIAS), do qual a FASE  também é parte no Mato Grosso.