14/08/2018 19:03

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. A última safra 2016/2017 ocupou uma área de 33,91 milhões de hectares, produzindo 114 milhões de toneladas. É a maior área cultivada com a oleaginosa no país e equivale a 56% da área total semeada, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma das principais fronteiras de expansão atual da soja no  país é a região chamada de MATOPIBA, palavra formada pelas siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O preço das terras nessa área tem aumentado drasticamente.

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A expansão da soja tem impactos diretos na produção de alimentos no Brasil, especialmente de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos e transgênicos. No Brasil, 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm do trabalho da agricultura familiar e camponesa. Quanto mais soja nas áreas da agricultura familiar, menos feijão, milho, frutas, legumes etc, o que tem, inclusive, levado muitas vezes ao aumento do preço desses produtos.

A produção de soja no Brasil é a de menor empregabilidade. Além disso, é majoritariamente baseada em sementes transgênicas e no uso abusivo de agrotóxicos, fertilizantes e outros insumos químicos. Estas, dentre outras características, se desdobram numa ampla gama de impactos socioambientais, tanto no campo quanto nas cidades.

Produzida inicialmente na região Sul do país, a soja cresceu de forma acelerada a partir da década de 1970. Atualmente, o Centro-Oeste é a principal região produtora, sendo o Mato Grosso o principal estado. A expansão da soja significa que a ocupação de terras que anteriormente produziam alimentos, seja para o próprio consumo das famílias locais, seja para o abastecimento do mercado interno, está voltada para a produção dessa oleaginosa – em sua maioria de base transgênica – que tem como principal destino o mercado externo.

Diante desse quadro,  a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) levantou dados importantes sobre a produção de soja no Brasil e seus impactos ambientais e sociais, produzindo a cartilha “Soja no Brasil: pobreza, violência e insegurança alimentar”, que pode ser baixada gratuitamente aqui.