03/05/2007 08:15

imageMobilizados pela Associação para o Resgate Social Camacaense – ARES, dezenas de estudantes, ativistas de movimentos sociais populares, sindicatos e pastorais de Camacan, Santa Luzia, Jussari, Pau Brasil, e Arataca estiveram reunidos no dia 04 de abril em Camacan, participando de Encontro para debater a expansão da monocultura do eucalipto no Sul da Bahia.

Este evento que reuniu municípios da microrregião de Camacan foi fruto de iniciativa do Fórum de Luta por Terra, Trabalho e Cidadania – Região cacaueira – FLTTC, contou com o apoio da FASE Bahia, da CPT Diocese de Itabuna, entidades atuantes na coordenação do Fórum que decidiu assumir a luta contra a expansão da monocultura como uma de suas prioridades em 2007 e já havia promovido no dia 23 de março um outro evento em Uruçuca.

Houve a presença e participação de delegações organizadas de vários municípios no evento de Camacan, e o comparecimento de importantes movimentos sociais que reafirmaram sua adesão à luta contra a expansão da monocultura do eucalipto no Sul da Bahia, como foi o caso do MST e povo indígena Pataxó Hã Hã Hãe da Reserva Catarina Paraguaçu (Pau Brasil-Ba.).

O Padre José (CDDH -Teixeira de Freitas-BA) fez uma palestra sobre os impactos sociais, ambientais e econômicos causados pela monocultura do eucalipto que já ocupa mais de 600 mil hectares de terras, apenas no Sul e Extremo Sul da Bahia; houve também a intervenção da representante do Ministério Público da Bahia nas Comarcas de Camacan e de Mascote, municípios onde já se registram aquisições de terras e até mesmo plantios de eucalipto por parte de empresas ligadas ao complexo industrial de papel e celulose instalado na Bahia.

O debate teve ativa participação dos jovens e de lideranças de movimentos sociais e os participantes concordaram em criar uma comissão para prosseguir no trabalho de informação e esclarecimento da população regional a respeito dos perigos que são inerentes à expansão da monocultura do eucalipto nestes municípios. Decidiu-se também acionar o Ministério Público para que se verifique a legalidade dos plantios (cumprimento da legislação ambiental e trabalhista).

O evento de Camacan demonstra que existem possibilidades de continuidade das ações contra a expansão da monocultura nesta microrregião, inclusive porque a ameaça de avanço dos plantios de eucalipto e da compra de terras por parte da Veracel é real e imediata.