Marina Malheiro
04/07/2024 13:03

Na última segunda-feira (24/06), a FASE Espírito Santo participou de um protesto em conjunto com movimentos sociais como, MST, CPP, MPP, MNLM, Comissão Quilombola do Sapê do Norte, Sindipublicos e Sindaema, que aconteceu na entrada da Feira Sustentabilidade Brasil, realizada no Pavilhão de Eventos de Carapina, na Serra capixaba. O governo estadual e empresas poluidoras estiveram presentes no evento. A manifestação foi chamada de “farsa da sustentabilidade”.

Foto: Divulgação

As demandas apresentadas abrangeram a anulação do novo licenciamento ambiental do Estado, investimento público na universalização do saneamento básico e paralisação do Programa ES Inteligente, do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Clara Junger, educadora da FASE Espírito Santo, esteve presente e explica o principal objetivo da manifestação, questionando o intuito da feira chamada de “Sustentabilidade Brasil”.

“Manifestamos contra a farsa do evento montado pelo Governador Casagrande e seu secretário Felipe Rigoni patrocinado por grandes empresas poluidoras como a Vale, Suzano e ArcelorMittal”, protestou. “O governador busca protagonismo no debate climático, presidindo o Consórcio Brasil Verde querendo ‘pintar’ o Espírito Santo e a sua gestão como verde e sustentável, sendo que essa é a mesma gestão que quer a mineração de sal-gema em territórios quilombolas no norte do Estado, que deu licença de instalação do Porto Central e que promove a expansão dos monocultivos de eucalipto pela Suzano, e a exploração de petróleo em terra e mar. Então, que sustentabilidade é essa?”, questiona a educadora.

Ela ainda critica o evento que fechou as portas para a população e seus questionamentos e “não passa de uma manipulação dos fatos. É uma grande farsa que precisa ser desmascarada”.

Os manifestantes, em protesto, distribuíram panfletos alertando os participantes desta grande farsa.

Foto: Divulgação

Segundo um trecho do panfleto dirigido ao público “Para solucionar a crise climática, o Governador propõe o mercado de carbono, ao mesmo tempo, em que flexibiliza a legislação ambiental, precariza os órgãos de licenciamento e fiscalização, expande a monocultura do eucalipto, a indústria fóssil, a siderurgia, extração de mármore, granito e sal-gema, a privatização do litoral e o cercamento da pesca artesanal, através do apoio à implantação de super-portos no estado, como o Porto Central”.

A educadora descreve, então, quais seriam as verdadeiras ações em noma da sustentabilidade e equilíbrio ambiental:

“Se querem tanto se vender como defensores do meio ambiente, pois que comecem removendo os eucaliptos da Suzano de áreas griladas pela empresa e dos territórios quilombolas, que pressionem para a titulação destes territórios, que garantam os direitos das pescadoras e pescadores artesanais que até hoje não podem pescar e manter seus modos de vida por conta do crime da Vale, que revoguem o PL da destruição. Ou seja, tem uma longa lista de ações importantes para serem feitas antes de criar um evento distorcendo fatos e promovendo o que não que existe.” finalizou a educadora.

*Estagiária da Comunicação, sob supervisão de Paula Schitine