Marina Malheiro
27/11/2023 11:52

O lançamento da cartilha foi durante uma tarde de debates com temas em preparação para  COP 28, que vai acontecer dos dias 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai. Após os diálogos, a FASE  lançou a publicação “Zero emissões líquidas não é Zero” com as presenças de Marciely Ayap Tupari liderança da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e as autoras da publicação, Maria Beatriz Mello, mestranda e pesquisadara da Plataforma Socioambiental,  Maureen Santos, coordenadora do NuPA (Núcleo de Políticas e Alternativas) da FASE, e Letícia Tura, diretora executiva da FASE.

“A publicação inicialmente se chamava “Clima SA”, que já era uma provocação sobre o quanto já vem sendo mercantilizado o debate do climático. E foi disso que veio a ideia de fazer uma versão mais pedagógica na perspectiva de que os termos do clima são muito complicados, entendemos que é feito dessa forma para ser uma linguagem para excluir.” discutiu Letícia Tura. 

Letícia Tura, diretora executiva da FASE e uma das autoras da cartilha. Foto: Paula Schitine

A cartilha foi feita com uma linguagem acessível do que seria o termo “emissões líquidas zero”, e mostra porque não são a solução para combater as mudanças climáticas.

Maria Beatriz Mello, uma das autoras, também falou sobre a importância da publicação nos dias atuais. “Foi uma forma de atrair o grande público, como movimentos sociais, sociedade civil, populações interessadas, que não necessariamente estão diretamente envolvidas nesse debate climático ou do NET zero, mas para entenderem e compreenderem porque isso tudo as afeta e porque consideramos que não é o bastante para lidar com as mudanças climáticas. Tentamos traduzir o máximo dos termos usados e exemplificar o que ele significa na prática, os conceitos também citados de forma mais fácil”, concluiu a pesquisadora.

As autoras da cartilha, Maria Beatriz Mellho (esq), e Maureen Santos (centro) e a convidada do evento, Marciely Ayap Tupari (dir.) Foto: Paula Schitine

As autoras são unânimes em defender que os termos utilizados para tratar do tema são difíceis de serem compreendidas popularmente, mas ao mesmo tempo precisam ser entendidas e esclarecidas para que as pessoas não aceitem as narrativas das falsas soluções. 

“São nomenclaturas diferentes, muitas estão em inglês, mas queremos deixar claro para as pessoas entenderem, por exemplo, emissões líquidas zero, o que significa? Zerar emissões normalmente você pensa que é uma coisa boa, mas na verdade é uma neutralidade climática, é líquida, não quer dizer zerar emissões brutas, mas sim zerar liquidamente. Então é realmente conscientizar as pessoas para o debate que são termos que estão sendo introduzidos, no debate climático internacional, então estamos tentando ilustrar o que isso significa na prática”, explica Maureen Santos.   

Baixe a publicação gratuitamente aqui.

*Estagiária da comunicação da FASE sob supervisão de Paula Schitine