Marina Malheiro
12/07/2024 11:22
Mais de 50 mulheres da Associação Regional das Produtoras Extrativistas do Pantanal (ARPEP) saíram da cidade de Cárceres-MT em direção a Baixada Maranhense para conhecerem o trabalho desenvolvido pelas quebradeiras do coco babaçu do Movimento Interestadual das quebradeiras de coco de babaçu (MIQCB). O intercâmbio, articulado pela FASE, aconteceu entre os dias 30 de junho a 6 de julho.
No primeiro dia, as participantes do Mato Grosso, que trabalham com coco babaçu, baru, plantas medicinais e agricultura familiar, visitaram a unidade produtiva de beneficiamento do coco babaçu da aldeia Nova Vila, território Taquaritiua, em Viana/Maranhão. Lá, as extrativistas tiram a oportunidade de conhecer o processo de beneficiamento do coco babaçu e diferentes formas de comercializá-lo, além de aprenderem sobre acesso a políticas públicas e sobre as lutas pelo livre acesso e regularização fundiária.
Maria Alves Miranda, vice-presidenta da Associação de Produtoras Extrativistas do Pantanal (ARPEP), falou sobre sua experiência.
“Participar do intercâmbio é conquistar novos conhecimentos, novos aprendizados, e sempre perto da realidade das nossas companheiras. Isso é muito importante, nos enriquece, nos fortalece.”
Ao longo do intercâmbio, as mulheres visitaram o quilombo São Caetano, no território Sesmaria do Jardim, município de Matinha, e aprenderam a fazer bolo, biscoitos e mingau de mesocarpo.
Rosimeire Aparecida Siqueira, presidenta da Associação de Produtoras Extrativistas do Pantanal (ARPEP), contou que conhecer a realidade de outras comunidades ajuda a entender melhor o que elas vivem nos seus dias.
“Eu conheci a realidade da comunidade, quais as dificuldades que ela tem, conheci os indígenas, eu nunca tinha ido em uma comunidade indígena. Então, para mim foi uma
experiência muito boa, conhecer como eles vivem, as dificuldades que eles têm. Para a gente nunca pensar em desistir das dificuldades que temos nas nossas comunidades […] Então, para mim foi uma ótima experiência estar com meus amigos, estar conhecendo outras atividades, conhecer outra forma de trabalhar. A gente não sabia fazer nenhum tipo de biscoito lá e a gente aprendeu a fazer o bolo de cappuccino também.”
Para Kezia Cristina, educadora da FASE Mato Grosso, um momento foi especialmente marcante: a visita à comunidade quilombola São Caetano, onde as mulheres trocaram receita de biscoitos enriquecidos com o mesocarpo de babaçu. A educadora reforçou, no entanto, como a vivência toda foi maravilhosa.
“(poder ver) as mulheres da ARPEP realizando um sonho delas de conhecer as experiências do MIQCB, que elas só acompanhavam de longe. Uma experiência muito gratificante.”, concluiu.
*Estagiária da Comunicação, sob supervisão de Paula Schitine