30/10/2020 10:07

Rosilene Miliotti¹

Reunião de planejamento da Arpep (2016). Foto: Gias

A partir da aprovação do protocolo de retomada das atividades da FASE [elaborado por um grupo de educadores de diferentes unidades da instituição], o programa da FASE em Mato Grosso retomou as atividades de campo – visitas técnicas e reuniões presenciais. Inicialmente, houve a tentativa de realização de reuniões virtuais com o colegiado² formado no âmbito do programa Amazônia Agroecológica³, mas a tecnologia foi – e ainda é – a grande barreira.

Muitas lideranças que integram o colegiado não têm familiaridade com aplicativos de reuniões, computadores ou celulares. Cidinha Moura, coordenadora da FASE no estado, ressalta ainda que o acesso à internet ainda é um grande problema na região. “Constantemente o sinal cai e manter uma reunião virtual com pessoas que têm pouca familiaridade com a tecnologia, acesso à equipamentos eletrônicos e ainda com o problema se sinal, é praticamente impossível”.

A solução, a partir de agora, é a realização de reuniões com menos participantes simultaneamente. Fátima explica que irão realizar duas reuniões presenciais, cada uma com dez pessoas, respeitando a distância e todo protocolo de higienização e prevenção a Covid-19. “Esse espeço é importante para a tomada de decisão do projeto Amazônia Agroecológica. São nesses encontros que informamos sobre o andamento do projeto, ouvimos sugestões e planejamos os passos seguintes. É nesse encontro que decidimos o que faz sentido para as comunidades”.

Entre a fogo e o vírus

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) notificou, até o dia 29, 143.047 casos de infecção por Covid-19, levando 3.841 pessoas a óbito. Dos dez municípios com mais casos, a FASE atua em dois: Cuiabá e Cáceres. Embora a situação ainda seja crítica, no panorama geral da rede pública de saúde houve leve queda na taxa de ocupação dos hospitais.

Incêndios no Pantanal. Foto: João Paulo Guimarães

É preciso lembrar também que 2020 já está marcado como o ano com mais focos de queimadas. Grandes e intensos incêndios florestais, boa parte deles criminosos. Diversas comunidades tradicionais e também os animais ficaram encurralados pelo fogo e a fumaça, o que piorou a situação da saúde pública em MT devido o aumento dos problemas respiratórios e as queimaduras em voluntários e brigadistas que atuam no combate ao fogo.

Nem os incêndios e nem a pandemia chegaram ao fim.

[1] Jornalista da FASE.

[2] O colegiado é formado por 20 pessoas entre lideranças de grupos agroecológicos, organizações parcerias e educadores da FASE.

[3]