Paula Schitine
07/02/2025 15:53

A Cúpula dos Povos Rumo à COP30 esteve reunida durante toda a semana no Rio de Janeiro para ampliar as estratégias de mobilização nacionais e internacionais. O objetivo principal foi definir rumos da incidência internacional da Cúpula dos Povos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém (PA) em novembro deste ano. 

A capital fluminense tem importância fundamental, pois já foi sede da Rio 92 e da Rio +20, conferências e espaços importantes da discussão da pauta ambiental, climática e social mundial. Na terça-feira (4), foi organizada a Mobilização dos Povos Pela Terra e Pelo Clima no Ato Político-Cultural realizado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Já nos dias 3 e 4, foi realizada a reunião do grupo operativo da Cúpula dos Povos, com a participação de representantes de movimentos da África, Ásia, América e Europa, que discutiram estratégias de incidência nas negociações climáticas rumo à COP30. 

Estavam presentes cerca de 500 representantes de movimentos sociais de diversas partes do mundo. Representando a FASE, participaram a diretora executiva, Letícia Tura; a coordenadora do Núcleo de Políticas e Alternativas (NuPA), Maureen Santos; e a coordenadora da FASE Amazônia, Sara Pereira. 

“Neste encontro, o destaque foi o entendimento de que não tem como promover justiça climática sem promover justiça social. Então, não se trata apenas de uma discussão ambiental ou sobre clima, é sobretudo, sobre a realidade dos povos”, afirma Sara Pereira. ”É importante que a população consiga compreender isso e se colocar nesse processo de luta para uma transição não apenas de matriz energética, mas da matriz econômica, um modelo que seja a partir das iniciativas dos povos das periferias das cidades, dos quilombos, do campo, das águas, da floresta, não só do Brasil, não só da Amazônia, mas de todos os continentes e de toda a sociedade civil do mundo”, resumiu a coordenadora da FASE Amazônia.

A Cúpula dos Povos Rumo à COP30 é um processo de convergência entre organizações e movimentos de mulheres, sindicais, indígenas, agricultores/as familiares e camponeses, quilombolas, de povos e comunidades tradicionais, de povos tradicionais de matriz africana, negras e negros, juventudes, inter-religiosos, ambientalistas, trabalhadores/as, midialivristas, culturais, estudantes, de favelas e periferias, LGBTQIAPN+, de pessoas com deficiência, de direitos humanos, de defesa da infância, adolescência e intergeracional, das cidades, do campo, das florestas e das águas, rumo a realização da Cúpula dos Povos como espaço autônomo à COP 30.

O espaço vem sendo organizado desde agosto de 2023 e conta com movimentos sociais e populares, coalizões, coletivos, redes e organizações da sociedade civil do Brasil. O objetivo é fortalecer a construção popular e convergir pautas de unidade das agendas: socioambiental, antipatriarcal, anticapitalista, anticolonialista, antirracista e de direitos, respeitando suas diversidades e especificidades, unidos por um futuro de bem-viver. 

A FASE é uma das organizações que constrói a Cúpula dos Povos a partir das redes em que atua, como a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), o Grupo Carta de Belém e o Fórum Social Pan-Amazônico, mas também está presente atuando na Amazônia há 30 anos junto a povos originários, comunidades tradicionais, ribeirinhos, povos do campo, da floresta, das águas e das cidades.

*Comunicadora da FASE