23/09/2016 16:15
O requerimento solicitado pelo Fórum Suape¹ ao Ministério Público Federal (MPF) exige explicações sobre a restrição de acesso à área de João Grande, uma região de mata nativa e historicamente preservada e utilizada pela comunidade na coleta de frutos como o caju e o araçá e pesca, feita pelo Complexo Industrial do Porto Suape (CIPS). A proibição também faz parte das violações praticadas pela empresa contra a comunidade do Engenho Ilha, que está proibida de plantar, cercar os terrenos ou reformar casas, tornando o clima cada dia mais tenso.
Durante as várias décadas de uso sustentável, a região permaneceu preservada. Entretanto, há cerca de três anos, Suape vem proibindo os posseiros de exercerem suas atividades extrativistas. O resultado dessa proibição tem sido o total abandono da área que atualmente serve de ponto de tráfico de drogas e desmanche de carros roubados. Também já houve denúncias sobre corpos serem encontrados no local.
A região pertence ao perímetro onde se estuda criar uma Unidade de Conservação (UC), do tipo Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), como parte da política de compensação ambiental imposta diante dos graves e irreversíveis danos ambientais causados pelo CIPS. Um dos objetivos da escolha da UC foi garantir a continuidade do uso direto dos recursos naturais pela comunidade tradicional do entorno. Há gerações, a comunidade é responsável pela preservação do meio ambiente. Em 1994, por exemplo, mulheres da região plantaram cajueiros. Os próprios moradores do Engenho Ilha fiscalizavam e repreendiam os que depredavam a área.
Quer saber mais sobre as violações que estão acontecendo em Pernambuco por causa do Complexo Industrial do Porto Suape (CIPS)? Acompanhe o Informativo Fórum Suape em Ação.
[1] Texto editado a partir de informações do informativo Fórum Suape, do qual faz parte a FASE em Pernambuco.