04/05/2017 14:33

A sede do programa da FASE na Amazônia, organização que fez parte do processo do VIII Fórum Social Panamazônico (FOSPA),  sofreu uma invasão de sua sede, evidenciando suspeitas características de intimidação e perseguição.

As organizações do FOSPA rechaçam categoricamente esta invasão e exigem do Estado brasileiro garantias de seus direitos à sociedade civil e aos movimentos sociais.

Na sequência, o comunicado do companheiro Guilherme Carvalho, integrante da FASE e do VIII FOSPA, realizado em Tarapoto, no Peru, sobre essa situação preocupante, especialmente no contexto do atual governo golpista no Brasil. 

Colegas,

O escritório da FASE na Amazônia (em Belém, Pará) foi invadido no último final de semana. As evidências nos fizeram acreditar, num primeiro momento, que tratou-se tão somente de uma tentativa de assalto. Contudo, com o decorrer do tempo, alguns fatos passaram a nos intrigar fortemente e hoje temos dúvidas se o ocorrido não tratou-se de fato de um ato criminoso contra a instituição na busca de informações, por exemplo.

Eis os fatos:

1) Com exceção de uma câmara de vídeo antiga, nenhum outro equipamento foi levado, em que pese o(s) ladrão(ões) ter(em) tido acesso a todas as salas (menos a da administração);

2) Encontramos um saco plástico de lixo cheio de materiais de limpeza, bem como uma caixa de som devidamente embalada, tentando nos fazer crer que esses eram os objetos que tentariam levar;

3) Encontramos uma garrafa de vodka vazia numa das salas onde os armários foram revirados (armários contendo documentos contábeis e outros);

4) Todavia, quem invadiu o escritório teve o cuidado de abrir a central telefônica. Por quê? Para quê?;

5) Além disso, o modem de acesso à internet foi desligado. Um ato que pode demonstrar a preocupação de quem invadiu a FASE de impedir qualquer tentativa de monitoramento remoto da sede. Exemplo: nenhum de nós poderia ver imagens pela internet das câmaras de segurança.

Diante disso, a hipótese de que fomos, na verdade, vítimas de um crime com conotações políticas passou a ser a variável mais relevante. No momento estamos reforçando nosso aparato de segurança, alterando procedimentos internos, checando os equipamentos etc. Já fizemos o boletim de ocorrência e vamos realizar algumas ações relacionadas à segurança da informação. A situação política no Brasil inspira muita preocupação. Estamos caminhando para uma situação de confrontos em escalas cada vez maiores e sob o risco, inclusive, do endurecimento do regime. Precisamos redobrar nossas atenções.

Abraços.

Guilherme Carvalho

Coordenador do programa da FASE Amazônia