28/08/2006 10:29
Cerca de 150 índios Tupinikim e Guarani fecharam às 7:30h desta manhã a estrada estadual ES-010, na altura de Coqueiral de Aracruz, em protesto contra a manutenção da prisão de 15 índios Tupinikim na delegacia de Aracruz, presos desde o último dia 9 de agosto.
Com esta ação, as mulheres e famílias indígenas, os Caciques, as Lideranças e suas comunidades exigem a libertação imediata dos presos, acusados de roubarem madeira da empresa Aracruz Celulose, dentro dos 11.009 hectares de terras indígenas, que até hoje aguardam pela demarcação oficial por parte do governo Lula.
Através da ação, os povos indígenas querem denunciar a Justiça Estadual, em especial o Juiz Anselmo Laranja, que demonstra estar a serviço da empresa multinacional Aracruz Celulose. Ao manter os índios presos, em vez de responderem a um eventual processo em liberdade, o juiz e a empresa buscam intimidar e criminalizar os índios, acusados continuamente de estarem atrapalhando o “desenvolvimento econômico” do Espírito Santo. Desde o último dia 22 de agosto, um pedido de hábeas corpus está sendo analisado pelo Desembargador José Luiz Barreto Vivas, sem nenhuma resposta. O Governador Paulo Hartung, apoiado pela empresa, silencia diante dos direitos indígenas e dos graves e violentos conflitos já ocorridos com sua tropa de choque, que deveria estar enfrentando o crime organizado e a insegurança pública que assola o Estado do Espírito Santo.
Nós, da Rede Alerta contra o Deserto Verde, queremos denunciar a empresa Aracruz Celulose, como principal violadora de direitos e causa dos mais graves problemas que os índios enfrentam, desde que ela invadiu suas terras, devastou suas matas e plantou eucalipto. Exigimos também que o Governo Lula não demore mais, mas demarque já, integralmente, as terras indígenas no Espírito Santo. Exigimos também do Governador Paulo Hartung a defesa dos direitos indígenas, diante da multinacional Aracruz Celulose.