01/02/2023 18:23

*Paula Schitine

O evento foi realizado pelo Fórum Itaboraí em Política, Ciência e Cultura na Saúde, que é um programa da presidência da Fiocruz. A jornada aborda o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 que é acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. E toda a organização foi feita em parceria com fóruns comunitários

A ´primeira jornada de uma série contou com a participação da assessora da FASE, Maria Emília Pacheco Em seu painel denomidado “Causas estruturais da Fome”, ela salientou a importância desta iniciativa da Fiocruz que se mostra em diá com as comunidades e falou sobre causas estruturais da fome no Brasil.

Maria Emília Pacheco. Foto: divulgação Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde

Maria Emília discorreu sobre a importância histórica da alimentação saudável citando autores como Josué de Castro, que rompeu com a visão da calamidade da fome como fenômeno natural, e apresentou dados do inquérito da rede de pesquisas sobre soberania e segurança salientária e nutricional que expressa como se manifestam as desigualdades sociais que impactam a alimentação. “Os dados revelam a as regiões em que se concentra maior índice, que é a reigão norte e depois a concentração em domicílios onde a referência são as mulheres ou a maioria das pessoas são pretas ou pardas”, lembrou. “Enfim, a expressão da desigualdade revelada nesses indicadores sobre a manifestação fome mostra que as desigualdades são estruturais, de classe, gênero, e étnico-raciais”, conclui.

A assessora mostoru ainda como fatores como concentração da terra e a frágil democracia brasileira estruturam as causas da fome. E enfatizou como no último Governo a desestrutura, o desmonte de políticas públicas, a reconfiguração do Estado autoritário provocaram o aumento dessas desigualdades.

“O desmonte dos programas de segurança alimentar e nutricional, política da agroecologia mostrou que há neste momento no País uma inversão de prioridades porque essa ideia do Brasil celeiro do mundo, do Brasil que produz alimentos mas tem fome, precisa ser contestada”, alerta. “Porque faltam os principais alimentos no Brasil. Nós temos uma outra geografia hoje e parafraseando José de Castro, é uma outra geografia, tanto da manifestação da fome como uma uma outra geografia da distribuição e plantio de alimentos”, cita. “Estamos importando feijão porque houve uma redução drástica do cultivo de feijão, arroz e de mandioca. São noventa por cento do plantio de milho e soja. Enfim, com a redução da diversidade, como também temos um processo de erosão genética”, problematiza.

Sobre o futuro, ela afirma que a proposta de reconstituição do CONSEA (Conselhor Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), e o novo Ministério de Desenvolvime

Foto: divulgação Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde

nto Agrário e Agricultura Familiar representam a mudança necessária,. Mas, ela ressalta. “No centro não está só a questão do abastecimento alimentar, mas também dos sujeitos que produzem o alimento de qualidade, a agricultura familiar, os cuidados tradicionais, os povos indígenas. Isso sim expressa uma vontade política de afirmar a existência, o papel social, econômico, ecológico desses sujeitos que são os agricultores familiares”, finaliza.

Ainda enfatizou a importância de retomar o programa PA que tem um caráter estruturante no que diz respeito à distribuição e compra pública no sentido de destinar os alimentos pras obras socioassistenciais para alimentação escolar, creches e etc. “O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) com um novo orçamento que acabou sendo aprovado aumenta o per capita da alimentação escolar”, garante.

 

*Paula Schitine é jornalista da comunicação da FASE