13/11/2020 17:40
Claudio Nogueira¹
Já contamos oito meses e mais de 160 mil mortos desde o início da pandemia por Covid-19 no Brasil. Em meio à batalha diária contra o vírus, enfrentamos a desinformação do governo federal — que deveria estar ao lado de quem mais precisa — e a resistência de pessoas egoístas, que se recusam a pensar na saúde do próximo, que insistem em proclamar que o isolamento social não é mais necessário e que a onda da “gripezinha” já teria passado.
As organizações da sociedade civil arregaçaram as mangas, botaram a mão na massa e seguem fazendo sua parte, num exemplo de que, com a união de forças, nenhuma isolamento ou omissão de quem quer que seja vai parar a onda de solidariedade que continua a se espalhar Brasil adentro.
“É uma ação de assistência social que constrói um projeto político comprometido com um determinado projeto de sociedade, de articulação entre campo e cidade, e por isso incentivamos grupos de mulheres, ações de agroecologia e o fortalecimento do poder local”, afirma a diretora executiva da FASE, Letícia Tura. “Dessa forma, as ações de solidariedade e emergência da FASE estiveram intrinsecamente ligadas às nossas ações de educação popular e incidência política”.
Desde março, a FASE tem se mobilizado para apoiar as comunidades em que atua. Fruto de muita demanda, essa ajuda nos fez superar nossos limites e extrapolou nossas “fronteiras”. Em 225 dias, as equipes da FASE no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso e Pará, junto com os Fundos DEMA e SAAP, apoiaram mais de 11 mil famílias, doando cerca de 11.700 cestas de alimentos compradas no comércio local e com agricultores familiares, além de distribuírem mais de 12 mil itens como máscaras, álcool em gel, remédios, água potável e sabonetes.
FASE atuou em nove estados
Ao todo, realizamos e apoiamos ações em nove estados — RJ, ES, MG, BA, PE, CE, MT, PA e AM — , distribuídas em 108 cidades e 378 bairros, comunidades e aldeias. Mais de 100 parceiros locais estiveram envolvidos nessas ações. Para isso, a FASE mobilizou mais de R$ 1 milhão (R$ 1.125.841,30).
“Os números que a FASE apresenta são muito significativos num contexto muito perverso, de muita subnotificação, de muito mal estar em relação aos direitos básicos”, analisa o diretor adjunto da FASE, Evanildo Barbosa. “Somos uma organização que tradicionalmente atua no campo da política, do direito social e que, historicamente, está integrada às dinâmicas emergenciais. Atuamos nos territórios, nos microssistemas, nas relações do cotidiano. Mesmo em isolamento social, essa relação continuou”.
“É importante destacar não só o papel da FASE, mas dos movimentos sociais e da sociedade civil como um todo, que juntos continuam dando resposta às emergências”, completa Letícia. “Infelizmente esse trabalho muitas vezes é invisibilizado pela grande imprensa”.
A pandemia ainda não passou. Nossas ações de solidariedade continuam.
[1] Coordenador do setor de comunicação da FASE.