30/09/2017 15:11

Élida Galvão¹

Desenvolvido em Santarém, no Pará (PA), na região do Planalto Itupi pelos indígenas Munduruku de Auá, o projeto “Capacitação Índio e Floresta” chega à etapa final com importantes resultados voltados ao fortalecimento da autonomia das famílias envolvidas. Em setembro, os membros do projeto participaram de uma oficina de capacitação para o manejo do açaí, realizada com o objetivo de possibilizar a extração do fruto de forma ecologicamente correta.

Além de propiciar maior autonomia ao povo indígena, o projeto, desenvolvido pela Associação Indígena Munduruku de Auá da Aldeia Ipaupixuna que conta com o apoio do Fundo Dema em parceria com o Fundo Amazônia, tem como foco a preservação ambiental de seu território por meio de capacitação em educação ambiental, gestão institucional e na proteção do patrimônio territorial. “Nós somos 20 famílias apoiadas pelo Fundo Dema e esse apoio tem sido muito importante para nós. Antes, nós apenas colhíamos o açaí e entregávamos para o atravessador, que era o que mais lucrava. Agora, por meio de outras parcerias, como a do Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), aprendemos outras coisas, como os procedimentos de higienização para bater e comercializar o açaí. Pretendemos dar continuidade a tudo que aprendemos com o apoio do projeto”, diz Manoel Rosa, integrante do projeto.

Além desta atividade, as famílias passaram por outros dois momentos de capacitação durante o desenvolvimento do projeto: uma oficina sobre associativismo e cooperativismo e outra voltada para gestão e elaboração de projetos.  

De acordo com Rosa Choua, engenheira florestal que acompanha o projeto, as atividades de capacitação proporcionam às famílias qualificação sobre o entendimento de gestão, monitoramento, fiscalização, atividade produtiva sustentável e uma série de outras atividades. “Agora eles estão no manejo do açaí e depois vão para as boas práticas de produção do açaí envolvendo a parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que vai entrar com as palestras relacionas à liberação das licenças para possam fazer o manejo e, mais pra frente, que eles tenham outras parcerias relacionadas à produção de farinha também”, informa Rosa, que ainda integra o grupo de dinamizadores do Fundo Dema.

Segundo a engenheira, as famílias têm a compreensão de que mesmo que o recurso do projeto apoiado chegue, as ações do projeto devem ser continuadas. “Para eles o projeto foi somente um impulso para tudo isso, mas a ideia é dar continuidade a todo um trabalho de gestão, monitoramento de permanência e de autoafirmação dentro da Terra Indígena deles”.  

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[1] Comunicadora do Fundo Dema.