14/03/2018 13:25
O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) 2018 acontecerá a partir de 17 de março, em Brasília (DF). Nos dias 17, 18 e 19, as atividades acontecerão na Universidade de Brasília (UnB). Entre 20 e 22 de março, Dia Mundial da Água, serão realizadas atividades descentralizadas. Trata-se de evento internacional, democrático e que pretende reunir mundialmente organizações e movimentos sociais que lutam em defesa da água.
O FAMA¹ se contrapõe ao autodenominado “Fórum Mundial da Água (FMA)”, que é um encontro promovido por grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços de água. “Apesar de ser a 8ª edição, este Fórum não possui a legitimidade que pretende ter para representar os anseios colocados pela maioria dos povos do planeta em relação ao acesso à água. Muito pelo contrário, este Fórum de empresas representa realmente um perigo”, destaca manifesto de convocação do FAMA.
Várias entidades brasileiras e internacionais estão impulsionando o FAMA 2018, como uma continuidade de Fóruns Alternativos anteriores realizados em Daegu, na Coreia do Sul, e em Marselha, na França. Estarão em debate temas como o acesso democrático à água, a luta contra as privatizações, o perigo das barragens, a apropriação das águas pela mineração e pelo agronegócio, a contaminação por agrotóxicos, a resistência dos povos atingidos pela apropriação desse bem comum, dentre outros.
Água é direito e bem comum
Em manifesto, assinado pelas entidades que integram a Coordenação Nacional do FAMA², os objetivos do evento foram listados: ser um evento democrático, transparente, participativo, descentralizado e acessível; sensibilizar e mobilizar a população sobre o tema e a problemática da água e do saneamento; colocar o debate de forma permanente na agenda da sociedade em nível mundial; denunciar a ilegitimidade do 8º FMA e responsabilizar governos pelo uso de recursos públicos na promoção de interesses privados; propor e cobrar políticas públicas de pleno acesso à água; dentre outros.
O documento defende que a água deve estar a serviço dos povos de forma soberana, com distribuição da riqueza e sob controle social legítimo, popular, democrático e comunitário. Além disso, o texto pontua que é fundamental a compreensão da água como um bem comum, não podendo ser gerida por interesses privados. O manifesto destaca ainda que mesmo a gestão do Estado, quando feita sem controle social e participação democrática, pode priorizar o atendimento aos interesses privados, como ocorre em casos de concessões de uso de fontes para exploração de minérios, em Parcerias Público Privadas (PPPs) dos serviços de saneamento público, entre outros casos.
[1] Com informações do site do FAMA 2018.
[2] Conheça as entidades que integram a Coordenação Nacional do FAMA, da qual a FASE faz parte. Baixe o manifesto.