Ter acesso a um meio ambiente saudável é um direito universal. Embora seja bastante difundida a ideia de que a crise ambiental é global, generalizada, e que todos estariam igualmente sujeitos aos seus efeitos nocivos, os impactos ambientais não são democráticos.
A poluição e os riscos ao meio ambiente provocados pelas indústrias, pela mineração, pela atividade petroleira e pelo agronegócio, entre outros, não atingem a sociedade de maneira uniforme. O modelo atual de desenvolvimento, baseado no crescimento ilimitado, só se viabiliza porque distribui de forma desigual seus impactos negativos entre grupos historicamente vulnerabilizados.
Populações negras, indígenas, pobres e trabalhadoras têm menos recursos políticos, financeiros e de informação para se protegerem. É no território destes grupos que seguem sendo instalados os empreendimentos mais impactantes. Nesse sentido, ficam em perigo a saúde e os modos de vida dessas populações. Essa realidade provoca efeitos no campo, mas também nas cidades: não se pode esquecer, por exemplo, que as favelas são alvos de um mercado imobiliário privatizante.
A FASE desenvolve ações de formação, de produção de conhecimento e de incidência em políticas públicas que dão visibilidade à temática, tendo como uma de suas causas a “Promoção da Justiça Ambiental, a defesa dos Bens Comuns e dos direitos territoriais”. Esse trabalho visa contribuir para a garantia dos direitos de populações frente às injustiças ambientais e aos processos de mercantilização da natureza. Também defende que os recursos ambientais são bens coletivos, para o presente e para o futuro, devendo sua apropriação e sua gestão serem objetos de debate público e de controle social.
A atuação da FASE se dá através de denúncias e colaborações para o fortalecimento de alternativas, desenvolvendo estratégias de articulação entre a sociedade civil, integrando redes e fóruns