21/04/2021 16:11

Letícia Tura, diretora executiva da FASE, foi uma das palestrantes do aulão sobre “Grilagem e Mudanças Climáticas” ao lado de Alexandre Araújo, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE). O encontro virtual foi organizado pela Mídia Ninja no Youtube e contou a mediação de Maureen Santos, coordenadora do Grupo Nacional de Assessoria (GNA) da FASE. “Quando a gente está falando sobre a relação entre grilagem e mudanças climáticas, obviamente estamos falando sobre os impactos que são gerados pelas mudanças de solo que ocorrem com relação à floresta”, disse Letícia.

Letícia alertou para o fato do Brasil ser o 6° país que mais emite de Gases do Efeito Estufa (GEE) no mundo. De toda a quantidade de Co² enviada para a atmosfera, 72% são oriundos de mudanças no uso de terras e de florestas (48%) e da agropecuária (28%),  sendo responsável por 18, 5% das emissões no planeta. Outro ponto destacado foi quando mostrou como o país vinha obtendo uma redução de desmatamento desde 2012 e, desde então, voltando a crescer mais ainda, de modo exponencial, de 34% entre os anos de 2018 e 2019, com a série de queimadas que aconteceram no Brasil.

Por fim, os palestrantes evidenciaram os motivos do avanço do agronegócio invadindo o território das comunidades tradicionais – com agrotóxicos e um processo de especulação imobiliária, de financeirização da terra que tem levado os latifúndios para um lugar “mais barato”. “Não tem como separar a questão ambiental da questão fundiária no Brasil. Ou seja, por qual motivo a grilagem e as mudanças climáticas estão intrinsecamente ligada? Pelo fato das mudanças climáticas? O processo de defesa da Amazônia e dos seus povos e que propôs uma série de políticas de governança é ainda a principal linha de resistência nessa região”, encerrou.