19/07/2021 10:47

A atividade faz parte da 9ª edição do Julho das Pretas e Rachel Barros, educadora do programa da FASE no Rio de Janeiro, apresentou o debate

Alcindo Batista ¹

As Articuladas, coletivo de mulheres com que lutam contra o racismo, sexismo, a LGBTfobia e a violência institucional [da qual a FASE é parte], realizaram debate virtual sobre “Mulheres, Resistências e o Marco da Violência Institucional”. A atividade faz parte da 9ª edição do “Julho das Pretas” e marcou o lançamento da publicação com o mesmo nome do encontro. A mediação ficou por conta de Rachel Barros, educadora do programa da FASE no Rio de Janeiro.

As Articuladas lançam publicação "Mulheres, resistências e o marco da violência institucional em evento realizado durante evento realizado no seu canal no YoutubeEstiveram presentes Ariana Santos, assistente social, docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante das Articuladas; Rose Cipriano, do Coletivo Minas da Baixada; Mônica Cunha, do Movimento Moleque; Marilene de Paula, da Fundação Henrich Boll e; Yara Santos, designer e ilustradora, que participou do projeto gráfico da revista. Todas puderam falar um pouco sobre o lançamento, suas vivências e refletir sobre as diversas formas que a violência institucional impactada na vida das pessoas, seja pelas forças de segurança, dentro de hospitais ou até mesmo em espaços que produzem conhecimento.

“Nós não vamos ceder, não vamos retroceder”

Todo evento foi marcado por muita arte. Entre uma fala e outra, Rachel recitava poesias e cantava músicas de sua autoria para dar o tom e animar a conversa, que terminou abordando a importância da prática do cuidado para mulheres. Mônica Cunha trouxe para a conversa um fato que havia acontecido naquele mesmo. Uma mãe teve o seu filho assassinado recentemente, mas ao ouvir os relatos das companheiras que também perderam seus filhos, durante atividade do Movimento Moleque, sentiu vontade de falar, de desabafar.

“Pra mim, o cuidado e o autocuidado tem um valor imenso. No caso dessa mulher, por exemplo, ela olha pra gente e vê que temos a mesma dor, mas que ainda podemos andar, falar e continuar chorando. Isso foi muito forte, mostrou que a gente está na contramão do estado. Eles até podem matar nossos filhos, mas nós continuamos de punho cerrado. Estamos juntas”, pontuou Mônica.

[1] Estagiário, sob supervisão de Cláudio Nogueira