07/03/2023 11:46

*Paula Schitine com informações do G1 e Portal OEstadonet

Um produtor rural do município de Belterra, no oeste do Pará, foi multado em mais de R$ 1 milhão por uso irregular de agrotóxicos em plantação de soja, que causou a intoxicação de alunos e professores da escola municipal Vitalina Motta. Em janeiro deste ano, o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) constatou a prática nociva às pessoas e realizou oito notificações. No mês seguinte, mais 30 notificações por intoxicação à mesma propriedade foram feitas pelo órgão ambiental.

Foto: Divulgação IBAMA

Além da multa, o órgão ambiental também impôs a suspensão de uso de defensivos agrícolas até que seja erguida uma barreira de vegetação entre a escola e a plantação, garantindo a segurança de imóveis vizinhos.

“Suspendemos o uso de agrotóxico até que o produtor implemente medidas de segurança, como plantio de árvores e vegetação frondosa, entre a escola e plantação de soja”, informou ao Portal OESTADONET o analista ambiental do Ibama Raphael Fonseca.

O episódio de intoxicação ocorreu no início do mês de fevereiro deste ano e foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Ibama. Uma equipe foi a campo e constatou as irregularidades, sobretudo a intoxicação de estudantes e funcionários da escola.

Alunos e funcionários da escola municipal Vitalina Motta, localizada na comunidade São Francisco da Volta Grande, passaram mal e foram levados para uma unidade de saúde. Após serem medicados, eles foram liberados. A maioria apresentou sintomas como dor de cabeça, irritação na garganta e tosse forte. Todos sinais de intoxicação aguda.

“Como a escola fica ao lado da plantação, constatamos a aplicação dos defensivos nas datas desses episódios. Com as informações coletadas tanto na escola e no posto se saúde como na propriedade do plantio de soja, ficou caracterizada a responsabilidade”, disse o analista do Ibama.

Frente Brasileira contra Acordo UE-Mercosul em visita à escola Vitalina Motta.

No mês passado, representantes da Frente Brasileira contra o Acordo UE-Mercosul visitou a escola e conheceu de perto a realidade a que alunos, professores e funcionários é submetida diariamente. Uma das professoras gravou um vídeo (vide absixo) que mostrou o momento exato da pulverização de agrotóxicos em horário escolar.

 

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*Paula Schitine é jornalista da FASE e acompanhou a visita da Frente Brasileira contra o Acordo UE-Mercosul à escola Vitalina Motta.