Helio Uchôa
20/09/2023 11:00
Na segunda-feira (11) a equipe da FASE-Rio de Janeiro se reuniu com jovens, mulheres e lideranças de favelas e ocupações cariocas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para iniciar os trabalhos do projeto “Construindo Territórios Saudáveis”, no âmbito do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, formado pelas organizações: Fiocruz, UFRJ, Uerj/Puc-RJ, Abrasco, SBPC e Alerj. A Iniciativa é uma parceria da FASE-RJ com Fórum Social de Manguinhos; Mães de Manguinhos; Brigadas Populares; Quilombo da Gamboa; CIDADES – Núcleo de Pesquisa Urbana (PPCIS/UERJ); Núcleo Trabalho Vivo (IP/UFRJ); e AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.
O projeto tem quatro eixos principais com o objetivo de enfrentar as sequelas e consequências da pandemia da COVID-19 por meio da elaboração de um diagnóstico socioterritorial, disseminação de informações qualificadas nos territórios, articulação e fortalecimento de redes de apoio social e psicológico e incentivo à agricultura urbana, através da atuação e protagonismo de jovens e mulheres defensoras/es dos Direitos Humanos.
A primeira atividade é a realização de um ciclo de formação que tem como objetivo principal dialogar com essas mulheres e jovens sobre produção de conhecimento, metodologias de pesquisa, disseminação de informações e outros temas importantes, com o intuito de capacitá-los/las para a construção e realização de um diagnóstico socioterritorial.
Ao todo, 12 jovens e mulheres, quatro de cada um dos três territórios participantes, sendo duas ocupações no Rio de Janeiro (FICAP, na Pavuna, e Quilombo da Gamboa, na Região Portuária) e o Complexo de Manguinhos, vão receber durante nove meses um auxílio mensal. Estima-se que aproximadamente 300 moradores serão diretamente impactados, especialmente jovens, mulheres e seus familiares.
Segundo Bruno França, educador da FASE RJ essa participação é bastante diversa e importante. “A nossa perspectiva é de fortalecer essas pessoas e seus movimentos enquanto defensores de Direitos Humanos. São pessoas diversas, entre jovens e mulheres de várias idades. Essa diversidade é muito importante e considera não só os territórios, mas a experiência de coletivização e inserção na militância de base territorial”, explica o educador.
Para Ana Paula Oliveira, uma das fundadoras e coordenadora do movimento Mães de Manguinhos, um dos territórios onde o projeto atuará, a iniciativa deve trazer bons frutos para todos que participarem. Ela acredita que a participação da comunidade vai contribuir para que os moradores tenham mais acesso a informação e serviços públicos.
“Através do levantamento das dificuldades vividas por nós, vamos poder junto a comunidade traçar planos para aumentar a participação na cobrança de políticas públicas, principalmente no que diz respeito aos aparelhos institucionais e públicos que funcionam no entorno de nosso território”, justifica. “Por isso, é essencial que nós possamos ter esse projeto desenvolvido em conjunto com a FASE e ter uma ideia do que funciona, do que não funciona, mapear e levar essas informações à frente para que aconteçam as soluções”, conclui.
*Estagiário da Comunicação, sob supervisão de Paula Schitine