Katarina Moraes
16/01/2024 14:35

 

Área de risco no Córrego do Abacaxi, no Grande Recife – GUGA MATOS/JC IMAGEM

Apresentado como um dos carros-chefes da gestão João Campos (PSB), o ProMorar tem sido visto com apreensão por parte das comunidades que serão urbanizadas. Isso porque há a previsão de reassentamento para 3 mil casas, mas ainda não se sabe quais são e para aonde seus moradores vão. Por isso, a Articulação Recife de Luta (ARL) preparou um plano com sugestões para Prefeitura se comunicar melhor com os moradores das localidades.

Entre os pedidos, estão a disponibilização no site do programa da metodologia, cronograma, execução orçamentária, projetos e calendários de ações em cada comunidade contemplada. Base física nos territórios e ouvidoria próprias do ProMorar também são requisitadas.

“Não estamos indo contra, só queremos trazer respostas para as comunidades que estão envolvidas no programa”, afirmou Joelma Andrade, coordenadora geral do Centro Comunitário Mário de Andrade, que integra a iniciativa.

As sugestões serão enviadas após a audiência pública na Câmara Municipal, em 1º de dezembro, convocada pelo vereador Ivan Moraes (PSOL). Nela, organizações sociais, junto a 21 comunidades, alegaram falta de transparência da gestão e pediram um canal de diálogo sobre o programa.

Questinário revelou dúvidas

André Araripe. Foto: Rebecka Santos

Em outubro, a FASE Pernambuco visitou 16 territórios já anunciados para receber ações do ProMorar com o intuito de entender quais as expectativas quanto à execução das obras em cada e as dúvidas encontradas. Por meio de questionários in loco, constatou-se que o “resultado foi de muita dúvida”, contou André Araripe, arquiteto e urbanista da FASE.

O maior temor de 90% dos moradores entrevistados é de serem removidos de áreas de risco sem perspectivas de uma outra habitação digna. “É uma questão delicada porque se propõe a eliminar moradias em áreas de risco da cidade, o que é meritório, mas isso tem que ser feito com muito cuidado, porque não podem sair de uma situação de risco para serem colocadas em outro local de risco”, explicou André.

Matéria originalmente publicada no portal Jornal do Comércio

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*Jornalista do portal do Jornal do Comércio