Paula Schitine
19/07/2024 16:34
A edição de junho da revista “Casa Comum: cuidar de si, do outro e do Planeta”, se dedicou ao tema “cidade e a utopia do bem-viver”. O editorial apresenta esse como “o grande mistério das cidades: elas crescem e se modificam, guardando, porém, sua alma profunda, apesar das transformações do seu conteúdo demográfico, econômico e da diversificação de suas pedras”. O texto se desenvolve apresentando questionamentos que possam apontar soluções.
“As cidades, ao longo da história da humanidade, foram se constituindo como polos de concentração de residências, comércios e de diversas produções culturais e econômicas. Isso revela um circuito de relações que são baseadas em interesses que acentuam de forma contraditória e abismal a relação entre opressor e oprimido, entre o lucro e a miséria, entre o belo e o feio, entre a dignidade e a vulnerabilidade, entre o acúmulo e o desperdício, entre o direito e a exclusão (…) Por isso, entender e analisar o contexto histórico de construção das cidades é um elemento necessário, em especial de forma massiva e popular, porque também traz questões que vão além de um espaço para morar e trabalhar. Os interesses econômicos são muito mais agressivos num território chamado cidade, no qual as pessoas são violentadas por falta de acesso às políticas básicas como transporte coletivo, moradia, saúde, educação e lazer.”
A coordenadora da FASE Pernambuco, Luiza de Marillac Melo, faz uma análise sobre alimentação em áreas urbanas. “[uma] pauta fundamental dentro das muitas temáticas no cenário urbano é a alimentação. Direito à cidade e soberania alimentar são duas das quatro causas de atuação da FASE — Solidariedade e Educação, organização fundada em 1961 com foco em desenvolvimento local, comunitário e associativo”, diz trecho do texto.
“Colocamos no centro [de nossa atuação] o fortalecimento sociopolítico dos sujeitos coletivos periféricos sobre a prática e a incidência ao direito à alimentação saudável e acesso a áreas agricultáveis, podendo decidir sobre o que e como cultivar. Assim, ajudamos a recuperar os saberes populares ancestrais por meio da agroecologia, em contraposição ao modelo hegemônico de se relacionar com os recursos naturais e a produção de alimentos que, comprovadamente, impactam no aquecimento global e nas mudanças climáticas”, explica Luiza de Marillac Melo, coordenadora da FASE Pernambuco. Atuações como a da FASE Pernambuco.
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*Comunicadora da FASE