11/10/2008 13:37

Fausto Oliveira

Jovens de cinco países sul-americanos estarão reunidos no fim deste mês em Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro, num grande encontro de intercâmbio cultural e político. É mais uma reunião internacional do Projeto Derechos Direitos da Fase. Além de jovens brasileiros do Rio de Janeiro e de Recife, virão ao país jovens da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Todos eles já passaram pela metodologia do projeto, que consiste em capacitação para exigir direitos e a realização de uma experiência concreta de exigibilidade. Agora, o grande encontro é uma oportunidade de perceber o estado da juventude sul-americana. Postos em contato, eles vão produzir uma reflexão coletiva sobre objetivos e estratégias para existir como jovens na América do Sul de hoje.

O encontro de Cabo Frio será entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro. Um dia antes, porém, os jovens participarão de um evento na sede do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro. Além de uma preliminar para os dias de encontro, este dia terá a função de pô-los em contato com autoridades públicas. Segundo Maria Elena Rodriguez, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Fase e do Projeto Derechos e Direitos, considera que este encontro ainda na cidade do Rio vai ampliar o debate. “Vamos ter membros da Secretaria Nacional da Juventude que estão trabalhando essa questão de articulação da juventude na região do Mercosul, membros da Secretaria de Nacional de Direitos Humanos, representantes dos consulados dos outros países, da Unicef e da Unesco”, diz ela.

Já em Cabo Frio, os jovens terão dias de muita troca cultural e política. Estão programadas discussões sobre a realidade dos direitos da juventude de cada país, divulgação da produção artística e cultural de muitos dos grupos participantes, e muito diálogo sobre a experiência de cada grupo em seus países. Nos meses antecedentes a este encontro internacional, os grupos passaram por processo de capacitação em direitos. Eles foram apresentados a uma visão de direitos humanos econômicos, sociais e culturais, o que significa dizer que ganharam a oportunidade de ler suas realidades a partir de um novo prisma. A abertura desta nova perspectiva tem o objetivo de fornecer um instrumento de cidadania.

De posse deste instrumento, os próprios grupos escolhem uma determinada situação que represente uma violação a seus direitos. Desnecessário dizer que situações assim não costumam faltar, infelizmente. Identificadas as situações, os grupos desenvolvem um meio de agir sobre o problema de acordo com a visão de direitos que receberam nas discussões do projeto. E vão à luta. Os resultados, é claro, variam. Há casos de sucesso na exigência de direito, e há casos em que apesar das mobilizações cidadãs não é possível conseguir o objetivo. Contudo, em todos estes processos uma grande formação de cidadania acontece. O rastro destas histórias na vida dos jovens e nas sociedades às quais eles pertencem é o fortalecimento da democracia e da justiça social. Não a partir das benesses do poder, mas desde o esforço de cidadãos mais conscientes e ativos.