31/01/2014 15:10

Luana Marfim*

O III Pedal contra o Pré-sal no Espírito Santo, que tem como intuito ampliar o diálogo com a população do norte capixaba e realizar um mapeamento da população afetada pela exploração do petróleo, começou na quinta-feira (22), e terminou no sábado (25). Um grupo saiu de Vitória e outro partiu do norte do estado em direção ao município de Linhares, distrito de Regência. Foram 150 km de pedalada pelo litoral com paradas em comunidades pesqueiras e observação dos impactos negativos da exploração sobre a fauna, a flora e as pessoas.

Os cicloativistas mapearam vazamentos de petróleo próximos à comunidade Cabloco Bernardo, que já vem sofrendo inúmeras dificuldades decorrentes da exploração de petróleo no local, como a derrubada de cinco casas e ameaças direitas da empresa União Engenharia, Fabricação e Montagem, conforme ata da 557ª Reunião da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, realizada em outubro, em Vitória.

Constataram também a rapidez com está sendo erguido o estaleiro Jurong, que dará suporte à construção de navios e plataformas. Além dessas novas averiguações, os ativistas tomaram conhecimento de um processo contra a Petrobrás por parte de comunidades indígenas guaranis da cidade de Aracruz.

A partir do contato direto com as populações afetadas e do diálogo estabelecido, se confrontaram também com aqueles que defendem a exploração e mantém um discurso da perspectiva de desenvolvimento trazido por ela. Sobre isso Paulo Henique Oliveira, técnico ambiental da FASE Espírito Santo, uma das organizadoras da atividade, explica: “pudemos perceber que os que defendem a exploração de petróleo, ou ganham dinheiro das Petroleiras, ou não tinham conhecimentos para se opor” e que “exceto as pessoas impactadas, grande parte da sociedade não entende e nem quer entender [os impactos locais da exploração do petróleo]”.

Os organizadores consideraram exitoso o III Pedal contra o Pré-sal e enumeraram entre os próximos desafios a continuação do evento na região metropolitana de Vitória, para garantir o mapeamento contínuo e o acompanhamento local, além da expansão do projeto, com pedaladas ao sul do estado.

*Estagiária de comunicação da FASE