29/08/2012 16:19

A comunidade quilombola Dillô Barbosa, em São Mateus, vivenciou neste fim de semana uma oficina de cineclubismo ministrada por Sáskia Sá realizadora audiovisual e vice-presidenta do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC). Segundo realizadores e participantes, o encontro foi muito rico, pois além de fortalecer a ideia de organização de um cineclube local, aguçou o interesse de todos pela construção de suas próprias narrativas audiovisuais.

Num grupo plural de mulheres, homens e adolescentes, uma semente foi plantada. E, se depender dos ânimos do momento, exibições e novas imagens logo tomarão conta das comunidades de Dilô, Chiado e Nova Vista. A iniciativa foi do Cineclube Deserto Verde, coordenado pelo cineasta Ricardo Sá, e apoiado pela FASE-ES e pela Secretaria de Cultura do Espirito Santo. Além da oficina, acontecerão os lançamentos de uma coletânea em DVD e do site do cineclube, onde estarão organizados e disponíveis filmes relacionados ao tema – para tanto o cineclube recebe obras a serem avaliadas.

O Cineclube Deserto Verde já existe há 5 anos oficialmente, e tem 10 anos de atuação. Suas atividades consistem em produção e exibição de filmes etnográficos ligados às populações tradicionais residentes no norte do ES, principalmente indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

Realizados e exibidos em parceria com os movimentos que atuam na região do Sapê do Norte e com a FASE – há mais de 20 anos junto a essas populações e à Comissão Quilombola do Sapê do Norte –, filmes como Cruzando o Deserto Verde, A Retomada do Linharinho e Vozes do Clima no Sapê do Norte reconstituem essa trajetória.

Dessa forma, os filmes cumprem um papel importante no sentido de dar voz àqueles que pouco ou nenhum espaço possuem nos veículos de comunicação de massa, bem como fazer conhecer tal realidade nos quatro cantos do mundo.

Mais informações:
CineClube Deserto Verde.
cinelcubdesertoverde@gmail.com.