21/05/2018 17:49
Acontece entre os dias 23 e 26 de maio a Caravana Territórios contra o Racismo Ambiental no Rio de Janeiro. Construída pelo Instituto PACS, a atividade conta com a participação de pessoas que se organizam em lutas nascidas no Rio de Janeiro, Maranhão e Ceará e irá visitar territórios atingidos por portos, mineradoras e pela especulação imobiliária em Magé, Caxias, Santa Cruz e Paraty. Além de moradores das localidades citadas, também integram o grupo pessoas de articulações em torno de conflitos socioambientais em Caucaia (CE), Açailândia (MA) e Volta Redonda (RJ) e representantes do Grupo de Trabalho (GT) Mulheres da Articulação Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), da FASE, da Justiça Global, da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA).
Em Magé e Caxias, pescadores, marisqueiras e agricultoras vivem impactos históricos de empreendimentos industriais, com destaque para os petrolíferos, que poluem e esgotam os bens comuns: terra, água e solo. Além disso, há a pressão constante da especulação imobiliária sobre as áreas verdes remanescentes. Da mesma forma, moradores de Santa Cruz, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, de Volta Redonda, Caucaia e Açailândia experimentam as intempéries de serem vizinhas de empreendimentos siderúrgicos com alto potencial poluidor e de adoecimento. Já em Paraty, comunidades tradicionais constroem a resistência cotidiana de afirmar o lugar no mundo de quilombolas em um cenário local de forte especulação imobiliária e apropriação privada da terra e da água. Além disso, desenvolvem o turismo comunitário como forma de fortalecer os laços da comunidade e gerar renda no próprio território.
Racismo Ambiental
A partir da visita a esses territórios e da realização de oficinas temáticas, o encontro busca a troca de saberes entre movimentos críticos a megaempreendimentos e práticas extrativistas e agroecológicas. Segundo explica Janaina Pinto, pesquisadora do Instituto PACS, o combate ao racismo ambiental é o ponto comum em cada um desses territórios. “Aproximar pessoas e lugares aparentemente apartados e propiciar esse diálogo é, para nós, uma estratégia para fortalecer o enfrentamento a este modelo de desenvolvimento racista e injusto. É apontar que há resistência e outras formas de viver, mesmo em territórios marcados pela presença da especulação imobiliária, grandes indústrias e portos como estes que iremos visitar”, explica. A iniciativa conta com apoio do GT Mulheres da Articulação Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro, da Justiça Global e do programa da FASE no Rio de Janeiro.
[1] Mais informações no site do Instituto PACS.