12/07/2016 16:17
A FASE lamenta profundamente a perda de Claudia Pojo, que faleceu nesta segunda-feira (11), aos 47 anos, após lutar contra um aneurisma. Expressamos nossa solidariedade a todos os familiares, amigos e companheiros de luta. Formada em Ciências Sociais e nos conhecimentos da vida, adquiridos nos territórios e nas águas das regiões do Marajó e do Baixo Tocantins, no Pará, ela desenvolvia um importante trabalho por justiça ambiental e soberania alimentar, junto a mulheres, agricultores familiares, agroextrativistas, indígenas e quilombolas. Toda nossa gratidão pelos anos de entrega, militância e profissionalismo.
Claudia, que atuava no programa da FASE na Amazônia desde 2008, sempre será lembrada pela energia empregada no combate às desigualdades. Como entusiasta da agroecologia, sonhava com um país que promovesse uma agricultura saudável, sem uso de venenos, com respeito ao trabalho e às culturais locais. Nesse momento tão triste, foi homenageada pelo Núcleo Puxirum Agroecológico, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, que prestou “um tributo à inestimável contribuição que Claudia Pojo” proporcionou ao órgão, desde sua concepção e, em particular, por compartilhar em oficinas “sua experiência, capacidade de trabalho e sensibilidade”. O Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos e o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) também prestaram suas homenagens.
Uma de suas principais companhias no trabalho foi o também educador da FASE Lourenço Bezerra, mais conhecido como Macarrão. “As lembranças que ela deixou serão sempre acompanhadas de um sorriso”, disse. Além da generosidade, quem conviveu com Claudia jamais se esquecerá de seu humor contagiante. “A Parebelomonte! Parou Belo Monte, parou foi é tudo! Geralmente eram frases assim que se ouvia ao abrir a porta para iniciar um novo dia de atividades na FASE”, afirma Rafaela Ferreira, que foi estagiária da FASE. “Claudia partiu deixando sua alegria, o companheirismo, a chiqueza, a elegância, o sorriso, o amor em tudo que fazia e por todos que te cercavam”, completou Marysol Sione, outra companheira no trabalho e na vida.
Todos e todas que conviveram com Claudia têm lembranças carinhosas. A luta e a solidariedade estiveram em todos os âmbitos de sua vida. Ela também foi uma mãe amorosa e militante. Ao lado de Edson Pojo, de sua filha Ana Paula, de 11 anos, e dos filhos Lucas e Eduardo, de 10 anos, fazia questão de levantar a bandeira por respeito, mais direitos e contra os preconceitos relacionados ao autismo. Isso motivada pela vida seu filho Eduardo, gêmeo de Lucas, mas também em favor de todas pessoas que têm ou convivem com alguém que possui essa necessidade especial.
O amor e a luta que Claudia cultivou permanecerão eternos.“Amizade é um amor que nunca morre! Mulher guerreira e batalhadora”, ressalta Renata Monte, também educadora da FASE. “Ainda está difícil escrever qualquer coisa sobre a dor que se abate sobre a FASE na Amazônia. Por isso, o único movimento possível é o de buscar a herança mais preciosa que ela nos deixou: a alegria e a vontade de viver”, conclui Aldebaran Moura, coordenadora do programa da FASE ao lado de Guilherme Carvalho, que expressou seu carinho por Cláudia em um poema.
Claudia Pojo, presente!