Rebecka Santos
12/03/2024 15:27

Costureiras do Polo de Confecções de Caruaru e da Região Metropolitana do Recife ocuparam as ruas da maior cidade do interior e quarta maior do estado de Pernambuco para reivindicar seus direitos. O ato aconteceu no dia 09 de março, em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, na região central de Caruaru, e contou com a participação de diversos movimentos e coletivos formados por mulheres do agreste.

Levando cartazes, as profissionais pediram à governadora de Pernambuco a inclusão da categoria no Programa Chapéu de Palha – que oferece auxílio financeiro aos/às trabalhadores/as da palha da cana, da fruticultura irrigada e da pesca artesanal durante o período da entressafra. Isso se deve à Indicação Nº 4942/2023, apresentada pela deputada estadual Dani Portela (PSOL) no final de 2023, que solicitou à governadora Raquel Lyra a integração das costureiras do Polo de Confecções do Agreste a esta política pública estadual.

Esta indicação é resultado de reuniões do Grupo de Trabalho (GT) Direitos das Costureiras  com representantes dos mandatos da autora, da deputada Rosa Amorim (PT) e do deputado João Paulo (PT), reafirmando o compromisso estabelecido na Carta Pública distribuída durante o período eleitoral de 2022. 

Foto: Rebecka Santos

“Estou aqui para falar da nossa precarização, pois não somos reconhecidas pelo nosso trabalho. Então, nós vamos em busca dos nossos direitos para que sejamos valorizadas. Enquanto o Polo cresce com riquezas, a gente trabalha, trabalha, trabalha e não somos reconhecidas”, foi o grito de Eduarda Cavalcanti, mulher, jovem e costureira do Polo de Confecções de Caruaru, para o público que acompanhava a caminhada.

Com o objetivo de fortalecer as condições e a qualidade de vida das costureiras, a demanda está entre as 19 reivindicações elencadas no documento, que abrangem leis trabalhistas, condições especiais de compra para a classe, programas de saúde específicos, educação, entre outros. A carta também apresenta alternativas, como a economia popular e solidária, através da promoção de trabalhos cooperativos, como forma de combater a precarização, a insegurança e a desproteção das mulheres costureiras.

“Considere-se ainda que o adoecimento e o envelhecimento precoce das costureiras é agravado pela exploração excessiva da força de trabalho. A intensificação das cargas de trabalho e a falta de medidas de proteção social resultam em um ambiente desprotegido, que prejudica a saúde e o bem-estar dessas mulheres. Essa exploração, portanto, se manifesta não apenas no aumento das cargas de trabalho, mas também na deterioração das condições de vida dessas mulheres trabalhadoras”, explica Dani Portela na justificativa da proposta.

O GT Direitos das Costureiras é composto por: FASE Pernambuco, Fundo SAAP, SOS Corpo, Cidadania Feminina, Acooperarte, Mulher Art e Ação, Rede de Mulheres Produtoras do Recife e RMR, Casa Lilás, Grupo Espaço Mulher, e Grupo Cactos, Gênero e Comunicação. Além dos mandatos estaduais de Dani Portela, Rosa Amorim e João Paulo, também compõem os mandatos do deputado federal Carlos Veras (PT) e da senadora Tereza Leitão (PT).

 

*Comunicadora FASE Pernambuco