Helio Uchôa e Pedro Martins
21/05/2024 11:44
Nos dias 16 e 17 de maio, na cidade de Belém, a equipe da FASE iniciou o Programa de Formação de Multiplicadores em Agricultura, Floresta e Justiça Climática para lideranças de territórios do estado do Pará. O curso será organizado em dois módulos, contando com a equipe de técnicos da FASE e convidados especialistas em clima e direitos.
No primeiro módulo, participaram cerca de 40 lideranças dos municípios de Abaetetuba, Barcarena, Igarapé Miri, Cametá, Mocajuba, Concórdia do Pará, Santarém e Mojuí dos Campos. Para Benedita, moradora da cidade de Igarapé-Miri, “o curso é muito importante, pois prepara as comunidades para o enfrentamento. Estamos dispostos a participar do próximo módulo. Precisamos preparar a nossa consciência e o nosso território”, defendeu ela.
Membro do coletivo Guardiões do Bem Viver e morador do PAE Lago Grande, em Santarém, o jovem Lucas Reis destaca que o primeiro módulo trouxe a possibilidade de intercâmbio para dialogar com a realidade e as vivências de pessoas de outros territórios, possibilitando a identificação de questões em comum. “Esse primeiro módulo foi bom para entender a questão climática e acompanhar de perto as consequências das ações das multinacionais nos territórios”, analisou Lucas.
O curso é uma iniciativa do Programa Amazônia e do Núcleo de Políticas e Alternativas/NuPA da FASE e tem como temas: a emergência climática, a Convenção do Clima, o mercado de carbono e a garantia de direitos . As participantes são em sua maioria mulheres quilombolas, ribeirinhas, agroextrativistas e agricultoras.
A FASE realiza além do programa regional, um programa a nível nacional que já está na segunda etapa de execução. Além da versão paraense, em julho será realizada a versão matogrossense. Para Letícia Tura, diretora executiva nacional da FASE “é fundamental que povos tradicionais e agricultores familiares possam enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas nos seus territórios de forma bem informada e com autonomia, para que suas decisões reflitam suas necessidades e reivindicações, como o direito à terra e território e exijam do Estado e das empresas o respeito aos seus direitos”.
*sob supervisão de Cláudio Nogueira