19/01/2023 17:45

*Júlia Motta

Entidades presentes no encontro. (Foto: Divulgação IBASE)

Durante os dias 16, 17 e 18 deste mês, a Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale se reuniu no Rio de Janeiro para discutir e avaliar os últimos anos de atuação da organização, o novo cenário político, seus desafios e projetos para o futuro. A FASE participou da reunião junto com mais onze entidades parceiras: Brigadas Populares de Minas Gerais, Instituto Pacs (Políticas Alternativas para o Cone Sul), Justiça Global, Justiça nos Trilhos, MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração) e Sindicato Metabase Inconfidentes.

A articulação soma 14 anos de luta por justiça socioambiental para as comunidades atingidas por desastres causados pela mineração da grande empresa Vale S.A. Dentro desta rede estão ambientalistas, ONGs, sindicalistas, acadêmicos do Brasil e do mundo, associações de base comunitária e grupos religiosos, que denunciam violações dos direitos humanos pela empresa.

Atuação da FASE

Fran de Paula (esquerda) e Guilherme Carvalho (direita)

Com o objetivo de ampliar a rede de sujeitos políticos pós-extrativistas, a FASE marcou presença com três representantes: Fran de Paula, educadora do Mato Grosso, Magda Benedita da Silva, líder quilombola de Poconé, comunidade atendida pela organização, e Guilherme Carvalho, educador da FASE Amazônia. “Nós buscamos retomar a participação da FASE nessa articulação, que é muito importante porque não só desenvolve um debate de tema estratégico para o país, a mineração, como também faz ações de resistência a uma corporação muito poderosa que é a Vale”, relata Guilherme Carvalho.

Esses territórios assistidos pela FASE atuam com atores sociais que compartilham de uma perspectiva para além do extrativismo puro, realizado por grandes governos e empresas, como a Vale. “O objetivo da organização é construir alternativas a esse modelo hegemônico, baseado no bem viver, no bem comum e na soberania nacional”, destaca o educador da FASE Amazônia.

A destruição da Vale

A empresa ganhou mais destaque depois das tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambas em Minas Gerais, mas seus rastros de destruição seguem por diversos territórios, como Santa Cruz, no Rio de Janeiro, Piquiá, no Maranhão, Perak na Malásia, Mendoza na Argentina e em Moçambique. 

Em todos esses territórios, a AIAAV atua denunciando os impactos da mineração em populações camponesas e urbanas empobrecidas, indígenas, quilombolas e tradicionais, que têm seus direitos violados e suas vidas interrompidas pelos desastres socioambientais da empresa.

 

*Júlia Motta é estagiária de comunicação da FASE

**Matéria editada do site da Articulação Internacional de Atingidos e Atingidas pela Vale.