12/11/2018 15:47
Rosilene Miliotti¹
Entre os dias 16 e 18 de novembro, mais de 150 atividades gratuitas ao público, entre debates, música, performances e exposições, tomarão conta do Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (MAR) e da Praça Mauá. O Festival Mulheres do Mundo (WOW²) já passou por mais de 20 países e, neste ano, acontecerá em mais 53, incluindo o Brasil.
O Festival é um espaço para que as mulheres celebrem suas histórias de lutas e conquistas. Um lugar para trocar experiências, conhecer novas perspectivas, contar e ouvir histórias. Um grande encontro, onde mulheres de origens e trajetórias diferentes poderão estabelecer laços e refletir sobre os muitos lados de uma só questão, onde possam reconhecer seus avanços – e renovar suas energias para continuar a avançar.
Idealizado por Jude Kelly, ex-presidente do Southbank Centre³, em Londres, o Festival foi realizado pela primeira vez na capital inglesa, em 2010. A edição do Rio de Janeiro será a primeira na América Latina e a realização está sendo conduzida pela Redes de Desenvolvimento da Maré em parceria com o Southbank Centre e o British Council. Toda a programação é gratuita.
Entre as participantes do evento estão confirmadas as presenças de Scholastique Mukasonga, uma das autoras africanas mais lidas e influentes no mundo; Sue Nelson, premiada jornalista britânica; Angela Cristina Dannemann, engenheira química; Conceição Evaristo, escritora; Djamila Ribeiro, feminista e pensadora brasileira; Ingrid Farias, secretária executiva da Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda); Joana D’Arc Félix, pesquisadora e professora; Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, jornalista e atriz; Sueli Carneiro, editora do Portal Geledés; Sônia Guajajara, liderança do movimento dos povos indígenas brasileiros; Gilmara Cunha, moradora do complexo de favelas da Maré e trans; Lúcia Xavier, conselheira da FASE e fundadora da CRIOLA; Talíria Petrone, eleita deputada federal; e Valesca Popozuda, cantora, dançarina, empresária e escritora.
FASE no WOW
A FASE tem as Mulheres como uma de suas causas, como uma das dimensões do seu trabalho. “Ao longo dos seus 57 anos, a FASE tem trabalhado as mulheres nos seus diferentes locais de atuação: no campo, nas cidades, na floresta, no trabalho com a agricultura, na luta pelos seus modos de vida, na garantia por uma vida digna, na luta contra a violência institucional”, contextualiza Rachel Barros, educadora do programa da FASE no Rio de Janeiro. Segundo ela, participar e apoiar um festival que congrega as experiências de vida, de luta, de modos de existir de mulheres, é uma “experiência positiva, uma oportunidade de partilha, de crescimento do nosso trabalho, de visibilidade das nossas experiências de diálogo com as mulheres nos seus territórios”.
No evento, a educadora espera conseguir fazer uma atividade que produza possibilidades criativas de reflexão de ser mulher nas cidade, sobre os espaços de vida que as mulheres produzem e que gere partilha, reconhecimento das identidades femininas de mulheres desse país. “Que a gente consiga adensar o nosso trabalho e também partilhar muito daquilo que estamos produzindo e acumulando nesses mais de 55 anos de trabalho da FASE, muitos deles tendo as mulheres como seu principal publico, grupo presente nos projetos e atividades”.
A FASE participará de duas atividades durante o Festival. Maria Emília Pacheco, assessora da FASE, irá participar no dia 16, às 14h, da roda de conversa “Agroecologia e mulher, tudo a ver”, juntamente com Francisca Nascimento, Beth Cardoso e Verônica Santana, as três do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), da qual a FASE também é parte. A atividade será na sala 2.1 do Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá. Já o programa da FASE no RJ fará uma oficina, em parceria com a ActionAid, com metodologia de cartografia social focando em cidades seguras para mulheres. A atividade “Cidades seguras para as mulheres” será no dia 18, das 11h às 12h30, no Pilotis do MAR.
Além disso, o evento conta com uma vasta programação cultural. No dia 17, das 12h30 às 13h30, o grupo “Som de Preta”, do qual Rachel faz parte, vai se apresentar no Pilots do MAR.
Sobre o evento
O evento acontece em quatro dimensões: Mulheres em diálogos, Mulheres das Artes e Culturas, Mulheres empreendedoras e Mulheres Ativistas. A estimativa é receber 30 mil pessoas nos três dias de evento. São mais 200 participantes internacionais e nacionais, além de três grandes shows de música por dia. Acesse o site do Festival e veja a lista de participantes e a programação completa.
[1] Jornalista da FASE
[2] O Festival Mulheres do Mundo é inspirado no WOW – o Women of the World Festival, um movimento global lançado em 2010, em Londres. O WOW já esteve em 23 países da Europa, Ásia e África, além várias cidades na Inglaterra.