25/02/2008 14:24

O Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) está acompanhando com preocupação o movimento Reage Nortão, de setores rurais que tentam desestabilizar o trabalho do Ministério do Meio Ambiente e da Ministra Marina Silva. Como fórum articulador de organizações e cidadãos matogrossenses socioambientalistas, vimos a público explicitar o apoio ao Ministério do Meio Ambiente, à ministra Marina Silva e às medidas contidas no decreto federal 6.321, de 21 de dezembro de 2007, que estabelece medidas para desacelerar o desmatamento na Amazônia. Entre as medidas anunciadas, destacamos a criação da lista dos municípios que mais desmatam; a atualização cadastral de propriedades rurais para fins de monitoramento do desmatamento e o incentivo à produção sustentável.

Essas medidas, apesar do repúdio do setor ruralista e de parte dos parlamentares matogrossenses, vem somar-se às ações de monitoramento, controle e prevenção do desmatamento, e não deverão causar grandes prejuízos econômicos aos 36 municípios listados, dentre os quais 19 são de Mato Grosso. Isso porque o Ministério do Meio Ambiente anunciou na terça-feira (19 de fevereiro) as regras para o recadastramento das propriedades rurais com áreas a partir de 60 hectares, estipulando para isso um prazo de 30 dias.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre o desmatamento mostram a urgente necessidade de que os órgãos fiscalizadores endureçam com aqueles que incentivam ou praticam o desmate ilegal. Mesmo porque, muito da destruição da Amazônia é fruto dos desmandos estatais e da certeza da impunidade. Não autorizar novos desmatamentos nos municípios campeões, até sua regularização, é medida ousada por parte do MMA, porém necessária para se colocar ordem e ajudar a promover uma nova mentalidade de desenvolvimento na região.

A sociedade matogrossense precisa perceber que os setores ruralistas mais descontentes com o MMA e a ministra são os que querem continuar desmatando mais do que a lei permite, os mesmos que lutam para diminuir a área de reserva legal. São os que insistem em praticar o corte raso da floresta para praticar agricultura numa zona que é destinada ao manejo florestal. Esta porção da sociedade se beneficia em detrimento dos graves problemas ambientais que afetam toda população de Mato Grosso, do Brasil e do mundo.

Porém, o Formad acredita que estas medidas não serão suficientes se os estados e a União não investirem fortemente na punição dos criminosos ambientais. Este é o elo mais fraco da corrente que precisa ser enfrentado com seriedade e sem subterfúgios para que o ato criminoso de desmatar ilegalmente não compense. Enfim, o Formad, apesar dos protestos de alguns setores de Mato Grosso, atesta que grande parte da população do Estado também está em defesa da ministra. Os ataques pessoais que a mídia vem repercutindo vêm de setores predadores e não dos produtores responsáveis.