24/08/2017 17:28

Kaique Santos¹

Terminou no dia 18 de agosto o Seminário Nacional “A agenda das resistências e as alternativas para o Brasil: um olhar desde a sociedade civil”. Mesas de debate, oficinas de diálogos e uma aula pública compuseram a programação do evento. Como proposta de encerramento, aconteceu o Painel Coletivo “Passos para Estratégias e Agendas Comuns”. Foi o momento em que os/as participantes colocaram suas propostas sínteses, resultados dos Grupos de Trabalho, para uma agenda e plataforma de alternativas ao modelo de desenvolvimento brasileiro.

Evanildo Barbosa, diretor executivo da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e da FASE, observou a importância de levar o debate construído com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo adiante. “De forma concreta, nós iniciamos este debate com as duas Frentes, mas seria fundamental que isso tivesse continuidade de uma forma menos panorâmica do que foi aqui”.

(Foto: Abong/Reprod.)

“A gente tem alguns desafios que são colocados de forma mais imediata e que estão dando certo. Um exemplo é a Frente Ampla Democrática contra o golpe e contra a retirada de direitos. Mas é necessário atingir o centro social, mais que direita ou esquerda, trazer também gente do Judiciário”, destacou Vitor Guimarães, que compôs a mesa da aula pública promovida na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).

Em média, cerca de 70 pessoas, representando diferentes organizações da sociedade civil e movimentos sociais do campo de defesa de direitos e bens comuns, participaram das atividades do Seminário. “Acredito que a gente precisa se desfazer da nossa velha cultura política de pensar essa relação que é parte da nossa história política organizativa vertical. Precisamos buscar a unidade na ação estratégica para resistir”, pontuou Mércia Alves da Costa, integrante da SOS Corpo, da Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil (MNDH) e do Processo de Articulação e Diálogo (PAD).

O Seminário Nacional aconteceu no Centro Sagrada Família, em São Paulo, e foi organizado pela Abong e suas associadas Centro de Assessoria Multiprofissional (Camp), Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) e Iser Assessoria, em parceria com a Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil. Realizado no âmbito dos projetos Sociedade Civil Construindo a Resistência Democrática e Novos Paradigmas de Desenvolvimento: pensar, propor, difundir, a ação contou com apoio da União Europeia e da Misereor.

Flora Brioschi, representante da Central dos/as Trabalhadores/as do Brasil na Bahia (CTB-BA) e da União Brasileira de Mulheres (UBM), finalizou alertando que tudo que foi discutido no Seminário e em outros espaços parecidos precisa chegar à base. Ela citou o manifesto do coletivo Nós Mulheres da Periferia. “Somos amor, perdão, paciência, doçura, fortaleza. Somos esperança”, diz trecho. Ao final, colocou sua síntese e convidou todos/as para participarem do próximo Fórum Social Mundial, que acontecerá entre os dias 13 e 17 de março de 2018, em Salvador.

[1] Texto publicado originalmente no site Observatório da Sociedade Civil. Leia também das matérias “Trabalho de base é aposta de Frentes e movimentos sociais para construção de alternativas“, “Representantes de movimentos sociais compartilham alternativas para o Brasil” e “Análise da crise brasileira e mundial marca debate em seminário nacional“.