05/05/2017 13:20
Gilka Resende e Josivan Silva¹
Reportagem em áudio conta como foi o encontro entre um grupo de integrantes de organizações e movimentos sociais brasileiros, integrantes do Centro Para a Biodiversidade e Espiritualidade Andino Amazônica Wama Uasi, instituição atua no fortalecimento de comunidades indígenas peruanas por meio de processos de recuperação das florestas, de produção de alimentos nativos e de organização comunitária, e indígenas quéchua de Solo, no estado de San Martin, no Peru. O intercâmbio² fez parte da programação do VII Fórum Social Panamazônico, realizado em Tarapoto, de 28 de abril e 1º de maio.
Ouça:
O que é a micuna?
Os participantes puderam participar de uma micuna. Esse ritual que envolve o preparo de alimentos de forma coletiva, resultando em um verdadeiro banquete feito de forma comunitária. A biodiversidade da comunidade indígena se reflete em uma alimentação realmente saudável e geradora de saúde. Os alimentos in natura foram se transformando, principalmente por meio das mãos das mulheres indígenas, em mais de 20 tipos de pratos. Todas e todos almoçaram juntos.
Um dos roçados do local, que fica às margens do Rio Mayo, foi visitado. A chuva deixou as montanhas, onde são feiras as plantações, cheias de barro. Mas isso não impediu que o grupo conhecesse os cultivos variados, realizados sem o uso de agrotóxicos. Muito se falou da centralidade da organização para que os valores sagrados envolvidos no preparo dos alimentos, dentre outros conhecimentos, sejam passados de geração em geração. E essa passagem se dá em especial em três espaços de vida: a água; a roça (chácara); e o monte com áreas de transição entre a floresta e as plantações de alimentos.
[1] Essa é uma cobertura da Rádio Comunitária Muirapinima, da FASE e do Fundo Dema. Colaboraram Erlan Nadler, da Federação das Associação de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém (Famcos), e Valéria Carneiro, da Malungu. Baixe o programa de rádio gratuitamente aqui.
[2] Além da FASE, do Fundo Dema, da Rádio, da Famcos e da Malungu, participaram integrantes da Fundação Viver Produzir e Preservar, do Movimento Tapajós Vivo, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária (Ceapac – Santarém) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).