Júlia Motta
22/06/2023 16:45

Com o objetivo de mapear e divulgar iniciativas populares de promoção de saúde e defesa dos Direitos Humanos, a FASE Rio lança a publicação “Saúde e Defesa de Direitos: Uma Cartografia dos Territórios Populares do Rio De Janeiro”, que debate as violências do Estado capitalista em bairros populares, favelas e núcleos urbanos informais, e os projetos de resistência criados pelas populações.

O projeto teve início em um dos períodos mais sombrios da história da política brasileira, em outubro de 2022, durante o 1° turno das eleições presidenciais. Com cinco oficinas ministradas, realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a equipe da FASE Rio, 20 defensoras e defensores de Direitos Humanos e as populações locais registraram nove projetos que combatem as violações de Direitos Humanos promovidas por instituições do Estado. 

Aercio Barbosa, coordenador da FASE no Rio de Janeiro, diz que a produção dessa cartografia é mais uma experiência que abarca as múltiplas dimensões da educação popular. “Tivemos uma intensa troca de saberes, experiências de construção e de combate. Ao entrar nesse processo, ninguém sai mais o mesmo”, diz. “Aguça o nosso olhar crítico, amplia nossa rede de solidariedade e fortalece as alternativas aplicadas nos territórios.”

A FASE dividiu o processo em quatro passos: reconhecimento da cartografia, escuta de experiências comuns no Estado capitalista, aprofundamento na narrativa da cartografia e a descrição de conflitos e resistências. Nesses encontros, os participantes descrevem o território, os agentes violadores e relatam as violências e ações de enfrentamento da sociedade civil.

Como resultado, a equipe mapeou nove iniciativas nos temas de saúde, questão agrária, racismo, educação, moradia, cultura, fome, desaparecimentos forçados e transfobia. São elas:

  • Centro Municipal de Saúde Vila do João, no Complexo da Maré;
  • Assentamento Terra Prometida, na Baixada Fluminense;
  • Favela Terapia, no Jacarezinho;
  • Escola Quilombista, no Complexo do Alemão;
  • Ocupação Luiz Gama, no Centro do Rio;
  • Gravadora Abate, em Seropédica;
  • Teia de Solidariedade, na Zona Oeste;
  • Rede de Mães da Baixada, em Nova Iguaçu;
  • Liga Transmasculina, em São Gonçalo.

A publicação também conta com um mapa, que mostra a dimensão geográficas dessas iniciativas.

A cartografia pode ser encontrada neste link.

*Estagiária de Comunicação da FASE