Samis Vieira e Paula Schitine
11/07/2023 12:07
Promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia – ABA em parceria com diversas organizações, o Seminário reuniu instituições de ensino, pesquisa, além de acadêmicos, pesquisadores, representantes dos movimentos sociais, lideranças comunitárias, coletivos e redes. O evento foi um espaço rico de debates, trocas de saberes e convergências no âmbito da educação em agroecologia a nível nacional dando visibilidade para diversas iniciativas de educação em agroecologia associadas ao ensino, pesquisa e extensão.
O educador popular do programa regional FASE Amazônia, Samis Vieira, participou da mesa redonda “Territorializar a Agroecologia para Agroecologizar a Educação” para o diálogo com diferentes grupos, redes e movimentos sociais sobre a educação formal em agroecologia e falou sobre a importância do trabalho com educação popular na Amazônia ressaltando a importância da agroecologia como ferramenta de resistência e reprodução social das comunidades e povos tradicionais articulada na luta pela defesa dos territórios e do bem viver. “Fazer agroecologia na Amazônia é um processo além dos aspectos produtivos, ou seja, precisa levar em consideração as particularidades amazônicas e seus diversos atores sociais”, pontuou.
Além disso, foi realizada uma oficina autogestiónária sobre a sistematização das cadernetas agroecológicas organizada pela FASE-Amazônia e Fundo Dema, que teve como objetivo promover o diálogo e o intercâmbio de ideias sobre os dados finais da pesquisa de três regiões do Pará (Baixo Tocantins, Baixo Amazonas e Nordeste Paraense), articulando os fundos Mizzi Dudu, Luzia Dorothy do Espirito Santo e os territórios acompanhados pelo Programa Amazônia.
Segundo, Jaqueline Felipe, educadora popular da FASE Amazônia foi muito rica a partilha das cadernetas agroecológicas que têm como objetivo visibilizar o trabalho agrícola e agroextrativista protagonizado pelas mulheres, sistematizando a renda monetária e não monetária gerada por elas.
Outro momento marcante foi a exibição do documentário “Mulheres e Agroecologia: cultivando sonhos, lutas, resistência e liberdade”. O filme retrata o Programa de Formação “Mulheres e Agroecologia” que faz pensar o território a partir das pessoas, suas práticas sociais e refletir sobre as relações com os encantados, com a ancestralidade, com o seu lugar de pertencimento e, sobretudo, reconhecer as mulheres como sujeitos de direito”, afirma Suelany Sousa, educadora do Fundo Dema.
O espaço organizado para exposição de materiais pedagógicos institucionais permitiu ao público participante do III SNEA conhecer o trabalho com educação popular da FASE e do Fundo Dema na Amazônia. Além disso, houve uma exposição de fotos alusivas à comemoração dos 20 anos do Fundo Dema, em defesa da Justiça Climática e Socioambiental na Amazônia
Por fim, houve uma visita de campo para conhecer a iniciativa de educação em Agroecologia da Escola de Formação para Jovens Agricultores de Comunidades Rurais Amazônicas – ECRAMA, localizada no município de Santa Luzia/PA. “A vivência na esco
la proporcionou múltiplos aprendizados, pois tem seu projeto político e pedagógico fundamentado nos princípios da agroecologia e na economia solidária constituindo espaços de diálogos entre a escola e as comunidades”, afirma Jaime Mendes, educador popular do programa Fase Amazônia. “Ou seja, é uma formação para a vida, o que mostra a importância da educação para o campo”, completa.
*Educador FASE Amazônia e comunicadora da FASE