Suzana Devulsky e Fernando Oiticica
02/05/2024 11:34
Dando sequência às ações do projeto “Água para quê e para quem?”, apoiado pela Fundação Tinker, a FASE Bahia organizou mutirões nas comunidades rurais para marcação das áreas das nascentes que serão recuperadas com o plantio de mudas de essências nativas da Mata Atlântica. Entre as espécies selecionadas estão aroeira, ingá, araçá, pupunha, umbaúba, ipê, sucupira, jequitibá, vinhático, cajá, jabuticaba, jacarandá, jenipapo e peroba.
A definição das nascentes, riachos e rios que serão recuperados foi feita a partir de reflexões em grupo. Seguindo metodologia baseada na educação popular, a FASE Bahia realizou reuniões para apresentar o projeto aos agricultores e agricultoras das comunidades de Pastinho e Rio do Braço, em Mutuípe, Dendezeiro, em Laje, Boqueirão de Boaventura, em Ubaíra e Novo Horizonte, em Presidente Tancredo Neves. Nesses encontros, além de explicar os objetivos e etapas do projeto, os educadores da FASE Bahia levantaram discussões sobre o impacto do desmatamento das áreas de matas ciliares na redução do volume de mananciais hídricos.
A expansão de monoculturas como banana, cacau e mandioca, além das áreas de pastagens, são os principais agentes de destruição das matas nessas regiões. Nessa perspectiva, debateu-se também a importância de diminuir os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas e de pensar nas gerações futuras, em oposição ao pensamento imediatista que costuma orientar a sociedade capitalista.
Ao final, com a orientação da equipe técnica da FASE, os grupos fizeram as medições, mantendo o raio de 15 a 30 metros da nascente ou rio, totalizando uma área de 900 a 3600 m². A terceira etapa do projeto “Água para quê e para quem” será o plantio das mudas e está prevista para acontecer entre os meses de maio e junho.
Este projeto é possível graças ao apoio recebido da Fundação Tinker.
*Comunicadora da FASE e Coordenador Técnico da FASE Bahia, respectivamente.