27/03/2023 11:41
*Paula Schitine e Élida Galvão
O 1° Encontro Paraense de Agroecologia aconteceu dos dias 22 a 25 de março e reuniu cerca de 200 pessoas, em Santarém (PA), vindos das regiões do Baixo Amazonas, Transamazônica, BR 163, Baixo Tocantins, nordeste e sudeste paraense. Estiveram reunidos indígenas, quilombolas, agricultores familiares, agroextrativistas, antropólogos, pesquisadores e representantes dos movimentos sociais.
“A estretégia principal do encontro é darmos passos significativos de mobilização e de organização para a contrução de uma rede paraense de agroecologia. Mas para gente alcançar essa estratégia, estamos realizando esse encontro que é a soma de muitos conhecimentos, muitas práticas agroecológicas e das presenças de muitos representantes de territórios, Então, é um momento de acúmulo de práticas para que a gente possa ter um maior fortalecimento desta rede”, explica Graça Costa, coordenadora do Fundo Dema, em entrevista para o Jornal Tapajós da afiliada da TV Globo (ver link abaixo).
Com o tema ‘Agroecologia, tecendo redes por Soberania Alimentar e Popular nos territórios Amazônicos’, o encontro foi organizado em conjunto pela FASE e Fundo Dema além de associações e coletivos como Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR-STM), Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (FEAGLE), Instituto de Agroecologia Latinoamericano-Amazônico (IALA).
Entre os convidados estiveram presentes Maria Emília Pacheco, assessora da FASE e ex-presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA); Fábio Pacheco, representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA Amazônia); Edilson Figueira, representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS); Daniele Wagner, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e Margareth Santos, representante da Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA). O coletivo de jovens do PAE Lago Grande Guardiões do Bemviver realizou a mística de abertura, além de colaborar com a organização do evento.
A assessora da FASE, Maria Emília Pacheco explica a importância da agroecologia como um modo de vida e o caminho mais simples para o combater a insegurança alimentar com qualidade nutricional. “É uma forma de superar a fome e a padronização da nossa alimentação e ao mesmo tempo de diminiur o consumo dos alimentos ultraprocessadoss”, alerta. “E falar de agroecologia na Amazônia é defender essas comunidades, esses povos, a agricultura familiar, camponesa, as comunidades quilombolas porque a agroecologia é irmã da soberania alimentar. É disso que precisamos no Brasil”, acrescenta.
O encontro teve ainda trocas de sementes crioulas da região, mudas e de alimentos produzidos pela agroecologia. E também rodas de trocas de saberes chamdo de “Carrossel da Agroecologia”, com grupos temáticas que discutiram sobre: homeopatia da Terra, sistemas agroflorestais, circuitos curtos de comercialização, campanha contra os agrotóxicos e pela vida, questão agrária e formas de gestão territorial na Amazônia.
*Paula Schitine é jornalista da comunicação da FASE e Élida Galvão, assessora de comunicação do Fundo Dema.
Veja cobertura do Jornal Tapajós TV