Samis Vieira
10/11/2023 13:55
Mãos a obra no Projeto de Assentamento Agroextrativista Lago Grande! Na última semana de outubro desembarcaram no território paraense diversos caminhões com tijolos e caixas d’água, carretas com telhas, cimento, encanamento, tudo para a construção de empreendimentos coletivos comunitários, previstos no projeto Amazônia Agroecológica. São casas de farinha, uma unidade agroindustrial, um viveiro de produção de mudas e aviários agroecológicos, que vão beneficiar diretamente 15 comunidades agroextrativistas, cerca de 150 famílias.
Está é uma ação nas regiões do Alto Lago Grande e do Alto Arapiuns, executada pela FASE em parceria com a Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (FEAGLE) e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras de Santarém (STTR). A iniciativa contempla atividades de assistência e acompanhamento técnico para implantação e/ou enriquecimento de sistemas produtivos agroecológicos (sistemas agroflorestais, produção de hortaliças, viveiros e aviários agroecológicos), manejo sustentável dos bens naturais e a organização socioprodutiva de agricultores familiares e agroextrativistas. A infraestrutura montada também gera renda para as comunidades, que pode ser usada na recuperação e conservação da floresta, tendo como eixo central o fortalecimento da agroecologia como estratégia de resistência, articulado na luta pela defesa do território.
“O maior desafio foi fazer a entrega destes materiais na região do Arapiuns, devido à grande seca dos rios, que dificultou a navegação e exigiu uma atenção especial. “Essas iniciativas têm como objetivos estratégicos contribuir para o aumento da diversificação produtiva, manejo da biodiversidade e apoio aos circuitos curtos de comercialização e transformação artesanal dos alimentos contribuindo para a geração de renda das famílias”, afirma Samis Vieira de Brito, educador popular do programa regional FASE Amazônia.
Para Eliana Batista, moradora da comunidade Nazário, no PAE Lago Grande, a entrega desses materiais e equipamentos traz uma sensação de alegria e dever cumprido. “Não foi em vão a nossa luta para que pudéssemos ter a realização desse projeto, principalmente por fazer parte de uma comunidade isolada que fica a 19 km da beira do rio e nunca teve acesso a política pública”, comemora. “Esse projeto veio para melhorar a renda das famílias e valorizar os produtos do nosso território, pois o PAE Lago Grande produz sim alimentos de qualidade e sem veneno”.
*Educador da FASE