Helio Uchôa
10/07/2024 14:09

Representantes de povos indígenas e tradicionais, do campesinato e de organizações sociais de países da África e da Ásia participaram de um intercâmbio em agroecologia no sudoeste do Mato Grosso. Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) de Agroecologia e Clima da Plataforma de Transformação Socioecológica, com o apoio da organização alemã Misereor, o evento de três dias proporcionou uma rica troca de experiências e conhecimentos entre diferentes culturas e contextos socioambientais.

Durante o intercâmbio, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho realizado pela FASE e seus parceiros na região. A visita visou fortalecer a resistência e a promoção da agroecologia no Sul global, trazendo ensinamentos às comunidades sobre práticas de cuidado do solo, biodiversidade e comercialização de produtos agroecológicos produzidos em assentamentos.

Os visitantes foram recebidos com uma apresentação detalhada sobre as iniciativas da FASE MT na região. O diálogo com parceiros da Misereor permitiu uma compreensão aprofundada das estratégias e desafios enfrentados na promoção da agroecologia e na resistência ao agronegócio.

Na comunidade quilombola do Mutuca, os participantes discutiram resistência ao agronegócio e práticas de agricultura agroecológica, através da troca de experiências com os quilombolas. Em outro momento, os integrantes do intercâmbio conheceram a produção artesanal de mel, castanha de cumbaru e derivados de banana na agroindústria comunitária como valorização da produção local pode ser uma fonte sustentável de renda e um exemplo de resistência ao modelo agrícola dominante.

No Assentamento Roseli Nunes, os participantes aprenderam sobre a implementação de práticas agroecológicas em larga escala. A visita incluiu uma parada na Escola Acampamento Madre Cristina, onde foram discutidos os desafios e sucessos na educação ambiental.

A Associação Regional de Produtores em Agroecologia (ARPA), por sua vez, sediou uma roda de conversa sobre agroecologia e biodiversidade, proporcionando um espaço para a troca de conhecimentos sobre a preservação ambiental e a importância da diversidade biológica. Os participantes exploraram ainda sistemas agroflorestais e quintais produtivos, observando como diferentes técnicas podem ser integradas para criar ambientes agrícolas sustentáveis e produtivos.

Uma celebração cultural no Centro de Tecnologia Avançada (CTA), em Pontes e Lacerda, encerrou o intercâmbio, destacando a importância da cultura e da comunidade na promoção da agroecologia. A visita incluiu uma parada na agroindústria agroecológica de polpas de frutas e extrativismo, demonstrando o potencial econômico de práticas sustentáveis.

*Estagiário da comunicação sob supervisão de Paula Schitine