12/06/2014 11:32
O Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas lançou recentemente a 3ª edição do Dossiê Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Rio de Janeiro. A apresentação pública das informações foi realizada em uma atividade chamada ManiFest, na praça Cinelândia, Centro da cidade. Houve pintura de bandeiras para serem levadas para as manifestações durante o Mundial, além da elaboração de camisetas pelo Ateliê de Dissidências Criativas.
O evento ocorreu na última sexta-feira (6) e contou com uma roda de samba e a“exibição pirata” do jogo amistoso contra a da Sérvia, que terminou com vitória da seleção brasileira por 1 a 0. A atividade começou às 14h30 e durou até de noite. Um dos objetivos foi romper com a ideia de que ir às ruas protestar quer dizer torcer contra o Brasil. “É justamente o contrário. O povo ficou de fora. Por isso, nossa Copa vai ser na rua!”, diz trecho da convocação para atos que devem ocorrer no Rio nas próximas semanas.
De acordo com o Comitê, houve um agravamento do desrespeito aos direitos humanos e do direito à cidade nos últimos anos com a chegada dos megaeventos esportivos. Com relação à questão da moradia, o documento contabiliza 4.772 famílias removidas de suas casas, totalizando cerca de 16.700 pessoas. O levantamento foi feito com base nas informações de uma rede de contatos de movimentos, organizações e apoiadores das áreas ameaçadas. O Comitê afirma que esses são números subestimados e denuncia a ausência de dados oficiais.
No ponto “orçamento e finanças”, informa que o total dos investimentos para a Copa no Rio foi sendo constantemente modificado, sofrendo um aumento de 65% em relação ao valor inicialmente estimado. Além da falta de um controle democrático dos gastos públicos, outro ponto importante, de acordo com o Comitê, é o fato dos investimentos terem ficado concentrados na Barra da Tijuca, nos bairros da zona sul e no Centro do Rio. Isso indica “a subordinação das decisões relativas aos grandes interesses imobiliários”.
O documento faz um panorama das violações cometidas no contexto dos megaventos esportivos, abordando ainda temas como: trabalho, esporte, meio ambiente, segurança pública, informação e participação da população. “O dossiê traz todo o acúmulo produzido pelos diferentes grupos e movimentos que participam do Comitê. Essa não é a versão final. Aqui no Rio de Janeiro ainda temos mais dois anos até as Olimpíadas. Mas agora, às vésperas da Copa, é o momento de mostrarmos os efeitos desses megaeventos na cidade. A promessa do legado não se concretizou”, expôs Gustavo Melh, que integra o Comitê carioca.
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