04/07/2012 13:21

No dia 7 de junho, a FASE, através da técnica agropecuária Veronice Souza, organizou um intercâmbio envolvendo famílias apoiadas por SolSoc – que estão construindo uma cozinha comunitária na Comunidade de Tabuleiro da Santa, município de São Miguel das Matas – com jovens agricultores da associação da Comunidade de Rio do Braço, em Mutuípe, apoiados pelo contrato de patrocínio da Petrobrás. Esse intercâmbio também contou com a participação de jovens da comunidade de Borges, município de Laje.

As agricultoras de Tabuleiro da Santa e os jovens do Riachão puderam conhecer a experiência associativa de agroindustrialização de frutas e de derivados de mandioca em funcionamento em Rio do Braço. Durante o intercâmbio, lideranças de Rio do Braço relataram a trajetória percorrida desde o plantio nos Núcleos Produtivos de Fruticultura, passando pela decisão de construírem a unidade de agroindustrialização de maneira coletiva, realizando em comum os investimentos em máquinas e equipamentos. Relataram ainda, os esforços para a adequação às normas da Vigilância Sanitária de Mutuípe, de maneira a comercializar polpas de frutas e biscoitos com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Para o pessoal da associação de Tabuleiro da Santa, que está terminando a construção de uma cozinha comunitária, com apoio de SolSoc, bem como para jovens de Riachão, que participam do Programa de Geração de Renda para Jovens, o diálogo com a experiência mais avançada em Rio do Braço foi algo muito proveitoso. Além da troca de experiências, puderam examinar aspectos da construção e dos equipamentos instalados na unidade de processamento de doces e polpas, licores e temperos, percebendo que é possível se adequar de acordo com as exigências da vigilância sanitária.

Intercâmbios favorecem sinergias

Desde 2008, a FASE Bahia amplia e concentra a atuação em municípios do Baixo Sul e do Vale do Jiquiriçá, áreas onde predomina a agricultura familiar. Nessa intervenção, constrói parcerias com atores locais como as associações comunitárias, sindicatos e organizações regionais – como é o caso do Pólo Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Região de Amargosa. De maneira incessante, busca-se também construir sinergia entre as diferentes frentes de atuação, para que os resultados alcançados sejam maiores do que a mera soma das atividades pontuais.

Seja através de sua presença institucional em conferências como as de Segurança Alimentar e Nutricional e de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), ou através dos colegiados territoriais, a FASE tem se esforçado para participar das iniciativas de controle social de políticas públicas. Ao mesmo tempo, desenvolve uma intervenção educativa com jovens e mulheres agricultores familiares, de maneira a fortalecer a organização comunitária e sindical e criar condições para sua inclusão social e econômica. Nos últimos cinco anos, a FASE Bahia conseguiu manter trabalhos de assessoria técnica nas comunidades e propriedades familiares, favorecendo a construção e a socialização de conhecimentos que propiciam a adoção de alternativas de produção ambientalmente sustentáveis.

Junto a agricultores familiares e suas organizações, a FASE elabora diagnósticos que apontam para a necessidade de se encontrarem novos espaços para a comercialização da produção familiar. Percebe-se cada vez mais a importância que tem o beneficiamento e a agroindustrialização da produção, como premissa para acessar mercados institucionais – como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o PNAE. Isso é feito de maneira intensa através dos trabalhos da FASE com jovens e mulheres que atuam como Agentes Multiplicadores de ATER (AMAs) – e também na intervenção da FASE através do Programa de Geração de Renda para Jovens.