10/02/2012 20:58

Comunidades de Belterra e Santarém, no Pará, têm – cada vez mais – os laços coletivos fortalecidos. Projetos que têm como um dos apoiadores a FASE destina recursos a serem aproveitados com a finalidade comunitária. Nos dias 20 e 21 de janeiro, a FASE Amazônia realizou o planejamento semestral com as entidades e organizações parceiras do Sistema de Vínculos Solidários em Belterra e Santarém, no Pará. A atividade foi realizada na comunidade Pindobal, em Belterra. Cerca de 20 pessoas de 10 comunidades participaram do planejamento, onde foi distribuída a primeira edição do jornal Ligados Pela Educação, divulgador de todas as ações do projeto.

Implantado em 2008 em Belterra, o Sistema de Vínculos Solidários (SVS) é um importante mecanismo de desenvolvimento comunitário. Inicialmente, foi realizada consulta ao Fórum dos Movimentos Sociais de Belterra (FMSB), já que para o projeto existir era necessário o apoio e a confiança da comunidade. Desde o início o projeto tem como apoiador o Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e é financiado pela ActionAid.

As ações são realizadas a partir do apadrinhamento de crianças brasileiras por pessoas do Reino Unido, na Europa. Cada doador troca cartas e fotos com uma criança. No entanto, o recurso não se de destina diretamente para esta, mas para a comunidade a qual pertence. Estão inscritas crianças de comunidades na área rural e em regiões urbanas nos municípios de Belterra e Santarém.

Participante ativa dos projetos do SVS, Andressa Oliveira de Sousa, de 14 anos, aluna da 7ª série, já participou do circo, “de uma (outra) atividade na escola e de um evento com o coletivo da juventude”, como declarou ao jornal Ligados pela Educação! e acha muito importante o aprendizado sobre formas organizadas de trabalho que interajam com jovens e colegas de outras comunidades.

Graças ao esforço da comunidade e dos pais e mães que têm crianças cadastradas no SVS, foi possível a construção de uma rádio comunitária, importante veículo na divulgação de informações e na mobilização da comunidade. Além das atividades com as crianças, são desenvolvidas ações para beneficiar o conjunto dos moradores. Em São Francisco da Volta Grande, por exemplo, foram feitas várias atividades a fim de arrecadar recursos para as obras do barracão comunitário. Já na Comunidade de Nazaré, um trabalho em mutirão preparou a tubulação para levar a água da caixa d’água às casas espalhadas em meio à vegetação. Em Chibé, recursos do projeto foram utilizados na melhoria do barracão comunitário, também utilizado como sala de aula pelas crianças. Na Comunidade de
Betânia, uma cozinha comunitária está prestes a ser construída.

Incentivo à agricultura familiar

No informativo Ligados Pela Informação!, o prefeito de Belterra, Geraldo Pestana lembrou a importância do projeto no fortalecimento da produção da agricultura familiar. Além de parcerias com entidades como a FASE, foi possível estabelecer um canal de diálogo entre o governo estadual e federal e o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais. Também há uma forte articulação para que os alimentos da agricultura familiar sirvam a merenda escolar. Para o prefeito, “além de oferecermos alimentos saudáveis a alunos e alunas das escolas municipais, geraremos renda para agricultores e agricultoras. E o projeto SVS tem sido um grande parceiro nessa iniciativa, seja apoiando a realização de estudos sobre a situação da agricultura familiar no nosso município, seja na criação da Câmara Técnica de Organismos Públicos de Fomento ao Desenvolvimento Econômico Local”. Recentemente, foi acertado um apoio do projeto SVS à Casa Familiar Rural, criada pela prefeitura de Belterra. O objetivo é capacitar a juventude na produção de alimentos saudáveis, sem a utilização de agrotóxicos, com técnicas adequadas ao ambiente local.

Na opinião do prefeito, “esses pais e essas mães merecem toda a nossa admiração, pois com esse gesto de solidariedade eles e elas estão ajudando a melhorar a merenda escolar de Belterra, a organização de nossa juventude – afastando-a das drogas e da violência –, além de fortalecer a participação comunitária nas decisões de assuntos importantes para Belterra e a produção familiar”.