Maria Rita
16/05/2024 11:11

Na última semana de abril, a FASE MT deu continuidade às visitas técnicas relacionadas ao projeto “Quintais Produtivos para Recuperação das Áreas Degradadas em Mato Grosso”, desta vez com o intuito de contabilizar e caracterizar as espécies arbóreas implantadas nos desenhos agroflorestais das produtoras e produtores envolvidos na ação.

As propriedades visitadas situam-se na área periurbana de Cáceres (MT) – Chácara Baru – e na zona rural do mesmo município – Agrofloresta Chama Chuva. A amostragem das plantas foi realizada de duas maneiras: a primeira com a contagem do total de indivíduos em três áreas aleatórias de 10x10m e a segunda com a contabilização do total de indivíduos em toda a área de cultivo (aproximadamente 1 hectare).

A Chácara Baru, do biólogo, agricultor e restaurador de nascentes José Aparecido, possui 3 hectares e começou a ser cultivada em 2016, com o plantio de hortaliças, legumes, mamão e melancia. Hoje, “Seu Zé” já tem boa parte da sua área povoada por uma floresta em crescimento: com mudas nativas e frutíferas plantadas a cada 3 metros, mostra como a infiltração da água melhorou na propriedade após o plantio das árvores, o que permitiu o restabelecimento e manutenção de suas duas represas. Já a Agrofloresta Chama Chuva é um projeto familiar de restauração produtiva iniciado em 2021, com foco no cultivo de frutíferas e de produção de ovos agroecológicos. Seu José Aparecido elogiou a qualidade das mudas recebidas (principalmente as de acerola e goiaba) por se tratarem de mudas enxertadas, que produzem mais cedo: “É a tecnologia que vem para o bem”.

Foto: Maria Rita

Durante a visita da FASE ambas as propriedades também receberam mais mudas de árvores nativas e frutíferas, além do hidrogel, um polímero de super absorção utilizado para manter a umidade do solo. A eficácia dessa tecnologia será atestada pelos próprios agricultores, que foram orientados sobre sua forma correta de utilização e seus benefícios. Essas são estratégias pensadas pelos educadores e técnicos para viabilizar a implantação dos consórcios e produção de alimentos mesmo no cenário de crise climática e previsão de seca extrema para a região do centro-oeste.

De acordo com Mariana Santiago, educadora da FASE Mato Grosso, “contabilizar a população de indivíduos presentes nas áreas permite adotarmos algumas estratégias importantes para os sistemas agroflorestais, visando principalmente a questão da matéria orgânica fornecida ao solo (como fonte de nutrientes às plantas) e a cobertura vegetal do solo (permitindo ultrapassar pelo período de estiagem que vem se aproximando), além de dimensionar o poder de regeneração natural das áreas e produção futura de alimentos.”.