Maria Rita
13/03/2024 16:17
A FASE Mato Grosso, em parceria com a marca VEJA VERT e a Associação Regional de Produtores Agroecológicos (ARPA), realizaram o segundo módulo de capacitação dos agricultores dentro do projeto “Algodão Agroecológico”. O projeto contempla 13 famílias dos Assentamentos Roseli Nunes, no município de Mirassol D’Oeste, e Sadia Vale Verde, em Cáceres, ambos no Mato Grosso. A formação teve como foco o diálogo das primeiras impressões do plantio do algodão nos sistemas produtivos realizado pelos agricultores durante o mês de janeiro e fevereiro deste ano. Além de compartilharem entre si como foi o processo do plantio, as características da brotação das plantas, as dificuldades e soluções encontradas, os produtores também aprenderam mais sobre os próximos passos em relação ao manejo das áreas e sobre o combate biológico das principais pragas do algodoeiro, bem como boas práticas na colheita, armazenamento e seleção das sementes do algodão para os próximos anos.
A FASE Mato Grosso, em seu compromisso de acompanhamento técnico das famílias dentro do projeto. visitou o Assentamento Sadia e constatou que os plantios estão se desenvolvendo bem, pontuando as diversas técnicas utilizadas por cada agricultor para o preparo de solo, plantio e manejo, além da utilização de estratégias de controle para os pulgões e outras ameaças através de caldas ou benzimentos.
A produtora Edinalva Bispo de Jesus faz uma avaliação positiva do projeto: “A tarefa é plantar, cuidar e rezar para Deus mandar a chuva. Quando eu era criança minha família plantava algodão, mas era com muito veneno, muita gente se intoxicava. Dessa vez é diferente, com o (algodão) agroecológico a gente trabalha tranquilo”, analisa.
Já o agricultor e membro da ARPA, Sanzio Batista, do Assentamento Roseli Nunes, conta que plantou algodão há 28 dias e nunca tinha trabalhado com essa cultura antes: “É um experimento muito interessante, e a minha área é coletiva, tem mais gente participando. Esse formato do projeto é bom porque é uma forma organizada de plantar, é mais fácil de acompanhar. Serve pra mostrar que é possível ter produção de algodão sem veneno dentro da agricultura familiar. Dessa forma, vamos conseguir convencer mais famílias a plantarem nos próximos anos”, comemora.
A formação se encerrou com a assinatura do contrato entre a VEJA VERT e a ARPA, que apoia e organiza a produção agroecológica da região. A coordenadora do projeto, Valdemira Rodrigues, disse ter a certeza do sucesso da iniciativa pelo tamanho da dedicação das famílias até agora. As famílias participantes ficaram com a missão de continuar monitorando e anotando as informações dos plantios e manejos para uma atualização das estimativas de produção nas próximas semanas.
Para o educador da FASE Mato Grosso, Robson Prado, que esteve presente em todos os passos do projeto, respeitar a natureza com uma produção natural e livre de aditivos químicos é essencial para uma colheita robusta e totalmente agroecológica.
“Para a FASE Mato Grosso é motivo de muita satisfação poder contribuir e fazer parte desse processo. O cultivo do algodão agroecológico consorciado com a produção de alimentos, demonstra que é possível se produzir de tudo quando respeitamos a natureza e seus princípios”, orgulha-se o educador. “A diversidade de culturas nos sistemas produtivos garante o equilíbrio necessário para evitar o surgimento de insetos que podem causar danos, como por exemplo o bicudo-do-algodoeiro. Por outro lado, com o projeto os(as) agricultores(as) e suas organizações têm a oportunidade de se conectarem com empresas do comércio justo e com isso contribuem para construção de uma economia inclusiva e regenerativa na região”, argumenta Robson.
*Colaboradora da FASE Mato Grosso