19/12/2025 12:44
Em 2025, a FASE completou 64 anos de existência! Há mais de seis décadas, a FASE, por meio da educação popular, contribui para fortalecer políticas públicas, ampliar a participação social e apoiar causas fundamentais como o acesso à terra, território e moradia, direito à cidade, justiça ambiental e climática, segurança e soberania alimentar, agroecologia, direitos humanos, direitos das mulheres e lutas dos sujeitos políticos, além de desenvolver práticas coletivas em diferentes biomas do país.
A FASE trabalha lado a lado com comunidades, movimentos sociais e organizações populares das cidades, do campo, da floresta e das águas para combater as desigualdades e ampliar direitos no Brasil e internacionalmente. De acordo com os dados da Unidade de Planejamento da FASE, 12,7 mil pessoas foram diretamente alcançadas pelo trabalho da FASE, enquanto 63,5 mil pessoas foram indiretamente alcançadas. Foram apoiados 63 projetos comunitários (SAAP e Fundo Dema), além de 84 grupos e coletivos de mulheres, 12 grupos e coletivos de jovens e 223 organizações, coletivos, articulações, associações e movimentos sociais. Também houve o alcance direto de 1,6 mil famílias. Fonte: UNIP/2025.
Relembre os principais destaques de ações e projetos realizados pela FASE em 2025:
PUBLICAÇÕES – Confira as publicações aqui.
VÍDEOS – Confira os vídeos no canal da FASE no YouTube.
FASE na COP30
Entre os dias 10 e 20 de novembro, a FASE promoveu atividades em diversos espaços de Belém, alinhadas às ações da COP30 e da Cúpula dos Povos. Os temas abordados incluíram justiça ambiental, soberania alimentar, agroecologia, direitos das mulheres e direito à cidade, reforçando o compromisso com diálogos integrados e participativos.
Por meio de eventos paralelos, a FASE realizou 11 ações em espaços de diálogo com outras organizações, destacando a importância de manter um canal de comunicação aberto e contínuo com todas as partes envolvidas.
Construção da Cúpula dos Povos Rumo à COP30
Em fevereiro, a Cúpula dos Povos Rumo à COP30 esteve reunida no Rio de Janeiro para ampliar as estratégias de mobilização nacionais e internacionais. O objetivo principal foi definir rumos da incidência internacional da Cúpula dos Povos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém (PA) em novembro deste ano.
A capital fluminense tem importância fundamental, pois já foi sede da Rio 92 e da Rio +20, conferências e espaços importantes da discussão da pauta ambiental, climática e social mundial. Na terça-feira (4), foi organizada a Mobilização dos Povos Pela Terra e Pelo Clima no Ato Político-Cultural realizado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Já nos dias 3 e 4, foi realizada a reunião do grupo operativo da Cúpula dos Povos, com a participação de representantes de movimentos da África, Ásia, América e Europa, que discutiram estratégias de incidência nas negociações climáticas rumo à COP30.
Caminho das Águas
Na iniciativa “Caminho das Águas”, a FASE defende a água como direito e bem comum, dois conceitos-chave na nossa construção dos nossos debates, articulações e ações sociais e políticas.
Defender a água como bem comum é garantir que ela permaneça acessível a todas e todos, e não somente a quem pode pagar por ela. É cuidar para que esse bem não se esgote, nem seja contaminado. É garantir vida, justiça e um futuro mais sustentável para todo o planeta.
Mudanças Climáticas e o Direito à Água na Metrópole do Rio de Janeiro
No dia 7 de maio, teve início o curso de extensão “Mudanças Climáticas e o Direito à Água na Metrópole do Rio de Janeiro”, promovido pela FASE RJ em parceria com a Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde. A formação contou com oito aulas presenciais, que seguiram até 28 de junho, culminando em uma visita de campo ao território de Vila Alzira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Esta foi a segunda edição do curso de extensão, que foi realizado pela primeira vez em 2023.
A proposta do curso é conectar as questões relacionadas à água, às transformações urbanas e às mudanças climáticas, tomando como base a realidade da metrópole fluminense e as metodologias da educação popular.
Nem um poço a mais
Em um momento em que a indústria de petróleo brasileira está em expansão acelerada, com a perspectiva de aumento significativo na exploração no Brasil e com metas e subsídios do governo federal para dobrar sua produção, a Campanha Antipetroleira Nem Um Poço a Mais atua no enfrentamento a essa realidade em âmbito nacional e internacional.
O 9° Seminário da campanha, que aconteceu de 27 a 30 de março deste ano, reuniu cerca de 100 pessoas de 11 estados brasileiros, além de representantes da Argentina e do Peru. A iniciativa, promovida pela FASE Espírito Santo, que faz parte da campanha desde a sua criação, teve o objetivo de refletir acerca das graves consequências da atuação de indústrias petroleiras em âmbito nacional e internacional a partir do ponto de vista dos territórios, de suas populações e de seus modos de vida.
Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver
A FASE esteve presente no dia 25 de novembro na segunda Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que ocorreu em Brasília. A marcha reuniu movimentos sociais, coletivos, comunidades quilombolas, ribeirinhas, camponesas, mulheres periféricas, acadêmicas, jovens e trabalhadoras de todo o país.
A FASE se soma a essa mobilização, reafirmando seu compromisso com os direitos das mulheres negras e fortalecendo ações que enfrentam desigualdades em todo o país. Seguimos firmes na luta pelas mulheres negras!
Projeto Amazônia Agroecológica
No dia 10 de novembro, a Comunidade Quilombola Ramal do Bacuri, localizada no município de Abaetetuba (PA), recebeu a visita de uma comitiva da Dinamarca composta por seis parlamentares do Comitê de Clima, Energia e Fortalecimento, além de representantes da Indústria Dinamarquesa e da Embaixada da Dinamarca no Brasil. O objetivo da visita foi conhecer de perto as experiências e resultados dos Sistemas Produtivos implementados por meio do Projeto Amazônia Agroecológica, desenvolvido pela FASE com Apoio Financeiro do Fundo Amazônia/BNDES.
A delegação foi formada pelos parlamentares Rasmus Horn Langhoff, Lea Wermelin, Linea Søgaard-Lidell, Kim Valentin, Charlotte Munch e Dina Raabjerg, pela vice-diretora da Indústria Dinamarquesa, Sra. Anne Højer Simonsen, pelos assessores Mathias Mæhle e Mille Brandrup e pelas representantes da Embaixada no Brasil Linnea Kristine Kansager, oficial de assuntos políticos e econômicos e Cecilie Grandjean-Thomsen, consultora setorial.
Cúpula dos Povos/COP30 e as Lutas Socioambientais Climáticas – O que está em jogo?
Nos dias 12 e 13 de setembro, a FASE participou da 7ª edição do Plante Rio, realizada na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu representantes de movimentos sociais, organizações da sociedade civil e diversos coletivos. Com o tema “Entre Rios Diversos”, foram dois dias de rodas de conversas, oficinas, exibições, feira, apresentações artísticas, vivências, intervenção cultural e conexão com a natureza.
Maureen Santos, coordenadora do Núcleo de Políticas e Alternativas (NUPA), Aercio B. de Oliveira, coordenador da FASE Rio, e Clara de Lima, educadora da FASE Rio, participaram do evento. O encontro reforçou o papel do Plante Rio como espaço de articulação e mobilização por justiça socioambiental, diante da crise climática, apontando que a construção de alternativas passa pela articulação entre movimentos sociais, pela valorização de saberes populares e pela pressão por políticas públicas que integrem justiça social e justiça ambiental.
A captura privada do interesse público pelas políticas de transição energética
No dia 14 de novembro, a FASE e organizações populares participaram do debate integrante do EIXO III – Transição Justa, Popular e Inclusiva da Cúpula dos Povos. A atividade, intitulada “A captura privada do interesse público pelas políticas de transição energética”, aconteceu na Universidade Federal do Pará. O resultado dos debates vai compor um documento com as propostas da sociedade civil sobre as mudanças climáticas a serem enviadas à coordenação da COP30.
Representantes de organizações sociais brasileiras e da América Latina disseram não às minerações e grandes projetos instalados em territórios habitados por populações tradicionais. Indo contra o discurso de interesse público e interesse nacional usado pelos grandes projetos para sua instalação em áreas estratégicas, eles apontaram empresas mineradoras e grandes projetos econômicos como responsáveis pela destruição e caos no meio ambiente nessas regiões.
Roda de Conversa sobre Fortalecimento da Escuta Ativa
No dia 19 de agosto, a FASE Amazônia participou de uma roda de conversa com mulheres agricultoras, extrativistas, pescadoras e artesãs da Comunidade Agroextrativista do Pirocaba, localizada em Abaetetuba, no Pará.
O objetivo principal foi fortalecer a escuta ativa e aproximar instituições de questões importantes para a realidade do território e da região. Durante o encontro, foram debatidos temas como violência de gênero, condições de vida das comunidades locais e os impactos das mudanças climáticas na região.
Dia Nacional da Agroecologia
O dia 3 de outubro, Dia Nacional da Agroecologia, convocou-nos a refletir sobre denúncias e anúncios, realizar protestos e elaborar propostas no âmbito dos sistemas alimentares e da segurança e soberania alimentar e nutricional. O contexto atual é marcado pela Conferência Nacional de Política para as Mulheres, pelas conferências estaduais rumo à Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, pela Conferência Livre do Direito Humano à Alimentação Adequada e, ainda, pela proximidade do XIII Congresso Brasileiro de Agroecologia.
Neste cenário, a antropóloga e assessora do Núcleo de Políticas e Alternativas (NUPA) da FASE, Maria Emília Pacheco, que também é integrante da coordenação nacional da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar, além de ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, falou sobre a importância de colocar a agroecologia e a soberania alimentar no centro do debate, com propostas para a transformação dos sistemas alimentares no país e na articulação com organizações da sociedade e movimentos sociais internacionais, especialmente no âmbito da COP 30 e da Cúpula dos Povos.
Seminário Caminho das Águas
Nos dias 2 e 3 e junho, lideranças populares, educadores e pesquisadores de diversas partes do Brasil estiveram juntos no Rio de Janeiro para fazer denúncias e procurar caminhos para a proteção das águas como direito e bem comum. Além dos dias de muita discussão e troca de saberes e experiências, o Seminário Caminho das Águas, promovido pela FASE, realizou um evento aberto ao público geral na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com exibição de curta-metragens e mesa de debate.
Trazendo uma metodologia de vivência e experimentação, o seminário começou cedo na segunda-feira com a divisão dos participantes em quatro grupos. Cada grupo seguiu para uma rota diferente, sendo convidado a pensar sobre as relações entre o território visitado e a temática das águas. Na parte da tarde, todos se reuniram no Centro Cultural João XXIII para compartilhar o que viram e refletiram ao longo da manhã.
Ater Agroecológica: experiências de agricultoras(es) protagonistas
Aconteceu no município de Presidente Tancredo Neves, no território Baixo Sul da Bahia, a I FLITAN – Feira Literária e Cultural, realizada pela Associação de Mulheres Liberinas. O evento fortaleceu a cultura local e promoveu o acesso ao conhecimento. A abertura oficial aconteceu com uma calorosa acolhida à comunidade, com apresentações culturais e uma cerimônia que marcou o início de uma programação repleta de atividades.
Entre os lançamentos estava o livro “Ater Agroecológica: experiências de agricultoras (es) protagonistas”, escrito pela equipe técnica da FASE Bahia a partir do projeto ATER Agroecologia, viabilizada com recursos do contrato 017/2019, SDR/BAHIATER/Governo do Estado da Bahia, que possibilitou o acompanhamento de 540 famílias em sete municípios, dos territórios do Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá na Bahia.
Intercâmbio de Troca de Saberes para Distribuição de Mudas Frutíferas e Florestais
Cerca de vinte agroextrativistas participaram do “Intercâmbio de Troca de Saberes para distribuição de mudas frutíferas e florestais” na comunidade Terra Preta dos Viana, no projeto de Assentamento Agroextrativista PAE Lago, Santarém, região oeste do Pará. O encontro teve como objetivo criar um espaço rico de troca de saberes e construção de conhecimentos entre os participantes sobre técnicas e práticas para facilitar a produção de mudas no viveiro (seleção das sementes, preparo do substrato, enchimento das sacolinhas, cuidados com a irrigação, limpeza da área e o controle biológico de pragas e doenças).
Além disso, foi sobre as técnicas de plantio, por meio de práticas agroecológicas que estimulem a diversificação produtiva o uso sustentável do solo e a garantia da segurança alimentar e nutricional das famílias. Foram distribuídas 500 mudas entre espécies frutíferas e florestais Açaí (Euterpe oleracea), Cacau (Theobroma cacao), Cumaru (Dipteryx odorota) Paricá (Schizolobium amazonicum).
FASE na Cúpula dos Povos
A FASE esteve presente na construção da Cúpula dos Povos desde o início de seu processo, fazendo parte da sua comissão política, da elaboração metodológica, captação de recursos e mobilização, além de estar presente nos seis eixos temáticos de convergência, atuar em diversos grupos de trabalho de preparação para a iniciativa e participar da organização de plenárias e atividades enlaçadas.
Durante os cinco dias de Cúpula dos Povos, a equipe da FASE apoiou na infraestrutura e na alimentação dos participantes, além de participar da coordenação de plenárias e de organizar 14 atividades enlaçadas, construídas em conjunto com diferentes organizações e movimentos.
A Câmara de Participação Social do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CPS‑CIM)
A Câmara de Participação Social do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CPS‑CIM) foi criada como instância consultiva para garantir que as decisões e ações do CIM sejam orientadas e enriquecidas pela participação ativa da sociedade civil e do setor privado.
Com mandato de dois anos, a FASE foi uma das 45 organizações selecionadas para integrar o colegiado. Letícia Tura, diretora da FASE, participou da primeira reunião do grupo, realizada em 2 de setembro, que marcou o início dos trabalhos desse grupo estratégico voltado à consolidação do Plano Clima, o principal instrumento de coordenação das políticas nacionais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O encontro aconteceu no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em Brasília.
Nova Moradia na Zeis Jardim Uchôa: propostas para reassentamento de famílias de áreas de risco construída com a comunidade
Com o objetivo de garantir um reassentamento justo e adequado para as famílias que atualmente vivem em áreas de risco de inundação na ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) Jardim Uchôa, no bairro de Areias, Recife, a FASE Pernambuco se uniu ao Fórum Popular do Rio Tejipió (Forte) para construir uma proposta com soluções viáveis e ancoradas nos direitos humanos. A iniciativa busca assegurar que as novas moradias oferecidas pelo ProMorar – Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental responsável pelo reassentamento em virtude das obras de resiliência urbana – sejam construídas no próprio território da comunidade e que os moradores participem ativamente dos processos decisórios.
A iniciativa permitiu o avanço no desenvolvimento de propostas alternativas de moradia, a partir das diretrizes levantadas diretamente com a comunidade.
Justiça Climática, Financiamentos e Direitos Humanos: desafios e articulações possíveis
Os desafios do financiamento climático e a lógica de investimento — e não de doação — prevista no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF) foram o centro do debate realizado no dia 18 de novembro, na Casa das ONGs, em Belém. Organizado pela FASE e parceiros, o encontro reuniu representantes de organizações da sociedade civil, lideranças indígenas e pesquisadores para discutir os impactos do novo modelo de financiamento.
O painel foi mediado por Pedro Martins, educador da FASE Amazônia, e contou com as participações de Mário Nicássio, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Graça Costa, do Fundo Dema, Maria Beatriz, da Plataforma Socioambiental do Brics Policy Center (PUC-Rio), e Carolina Alves, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), entidades que organizaram o debate em parceira com a FASE.
Encontro com Pescadoras: Direitos das Mulheres e Justiça Climática
Ao longo de dois dias, as participantes refletiram a partir da relação corpo e território, partilhando experiências de como as mudanças no clima afetam diretamente suas vidas e porque são elas as mais vulneráveis nesse cenário.
Foram debatidas as injustiças socioambientais, os impactos das falsas soluções climáticas e o papel do feminismo popular na construção de alternativas. O encontro foi conduzido pelas educadoras e coordenadoras das regionais FASE Amazônia e FASE Pernambuco.
Capacitação de Agricultores para Implantação de Hortas Agroecológicas
A FASE Bahia promoveu uma atividade de campo com agricultores e agricultoras com o objetivo de incentivar a implantação de hortas agroecológicas na comunidade do Pastinho, no município de Mutuípe, na Bahia. A iniciativa buscou capacitar as famílias para que possam construir, de forma autônoma, seus próprios canteiros e garantir a produção de alimentos saudáveis em suas propriedades.
A capacitação ocorreu na propriedade do agricultor Reginaldo de Sousa, que recebe assessoria técnica da FASE por meio do projeto ATER Biomas. A atividade contou com a presença de outras famílias agricultoras da região, fortalecendo o senso de coletividade e a troca de saberes.
Movimentos Sociais e Organizações da Sociedade Civil reunidos pela Justiça Climática e o Direito à Cidade
Realizado no dia 11 de dezembro, na Casa das Ongs, em Belém, o evento foi organizado por entidades como FASE, Pólis, Abong, Inesc, Plataforma Dhesca, Plataforma Global pelo Direito à Cidade, Coalizão Internacional do Habitat (HIC), Misereor e Frente Periférica por Direitos.
O encontro reuniu representantes de diversos movimentos e organizações sociais e as contribuições do debate foram utilizadas para compor a Declaração dos Povos, documento que sintetiza as propostas e demandas dos territórios e foi encaminhado pela Cúpula dos Povos à organização da COP30, conferência do clima da ONU.
A plenária integrou o Eixo cinco da Cúpula dos Povos, intitulado “Cidades e Periferias Vivas”. De acordo com Evanildo Barbosa, diretor executivo da FASE, o encontro fortaleceu as articulações entre as organizações. Também coordenaram o debate Henrique Frota, do Instituto Pólis; e Cristiane Ribeiro, da Plataforma Dhesca.
Justiça Climática: as soluções vêm dos territórios – Compromissos da FASE com Territórios e Maretórios de Justiça Climática
No dia 10 de novembro, dia oficial de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a FASE lançou a sua carta política de posicionamento por justiça climática, um documento que reafirma compromissos históricos da organização e apresenta diretrizes estratégicas para o enfrentamento da crise climática a partir dos territórios e maretórios. A publicação também orienta a atuação da FASE como parte da construção da Cúpula dos Povos da Amazônia e no diálogo com governos, movimentos sociais e demais organizações da sociedade civil.
Com o título “Justiça Climática: as soluções vêm dos territórios – Compromissos da FASE com Territórios e Maretórios de Justiça Climática”, a carta reforça que as respostas efetivas à crise climática não podem se basear em falsas soluções, mecanismos de mercado ou processos que aprofundem desigualdades.
Oficinas dedicadas às mulheres no mês de março
No mês de março, a equipe da FASE Bahia participou de diversas oficinas focadas em saúde, autocuidado e direitos das mulheres que ocorreram nos municípios de Mutuípe e Laje. As atividades, realizadas junto a parceiros locais, fecharam a programação do mês das mulheres.
Ariane Araújo, educadora da FASE BA, falou sobre o verdadeiro significado do 8 de março e a relevância das mulheres na sociedade. Ao final, as mulheres concorreram a vários brindes.
Mulheres do Cerrado: diálogos sobre clima e sistemas alimentares
No dia 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, foi lançada a série “Mulheres do Cerrado: diálogos sobre clima e sistemas alimentares”, realizada pelo podcast Guilhotina em parceria com organizações da sociedade civil.
Com participação de Letícia Tura, Diretora Executiva da FASE, o primeiro episódio discute como o agronegócio e as mudanças climáticas contribuem para ampliar as desigualdades e denunciam as chamadas “falsas soluções”.
O objetivo do podcast é ouvir as vozes do Cerrado e colocar seus saberes, vivências e formas de resistência no centro das discussões sobre clima e sistemas alimentares. Essa reflexão dialoga diretamente com as lutas históricas da FASE em defesa da justiça socioambiental, do fortalecimento dos sistemas alimentares sustentáveis e da valorização dos conhecimentos dos povos e comunidades tradicionais.
Crise hídrica e mudanças climáticas
Na quarta-feira, 2 de abril, a Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde do Rio de Janeiro, da qual a FASE RJ faz parte, realizou uma oficina para debater as conexões entre clima e água.
O encontro foi realizado na sede do Sindicato dos Engenheiros (SENGE), localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro, em parceria com o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS/RJ), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Laboratório de Estudos de Águas Urbanas (LEAU/UFRJ).
O evento iniciou com uma mesa de apresentação formada por Ana Britto, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UFRJ) e coordenadora do Laboratório de Estudos de Águas Urbanas (LEAU/UFRJ), Roberto Oliveira, mestre em História e coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e Maiana Maia, do Núcleo de Políticas e Alternativas (NuPA) da FASE. As convidadas e o convidado fizeram falas introdutórias, trazendo dados, reflexões e provocações que foram, posteriormente, discutidos pelos demais presentes.
Quintais Produtivos para Recuperação de Áreas Degradadas em Mato Grosso: Pontes e Lacerda (MT)
Visando a recomposição da vegetação nativa em conjunto com a inserção de espécies frutíferas que possibilitem a obtenção de renda por parte dos agricultores, mais de 14 espécies vem sendo cultivadas no viveiro do Centro de Tecnologia Alternativa (CTA), localizado em Pontes e Lacerda (MT), e nos viveiros comunitários construídos nas comunidades nas quais residem as 80 famílias beneficiárias do projeto.
No viveiro do CTA, são mais de 3.000 tubetes semeados, cultivados e transportados para as comunidades do entorno. A tarefa não é fácil, e começa na identificação das espécies-chave melhor adaptadas para cada território, passando pela coleta de sementes, quebra de dormência das mesmas – se necessário, semeadura, cuidados no desenvolvimento das plântulas, irrigação programada (principalmente nos dias muito quentes), controle de insetos ou fungos, e entrega das mudas em locais de difícil acesso, ainda mais no período de chuvas intensas na região – que vem causando danos como enchentes, desabamento de pontes e interdição de estradas.
Edital Nilma Bentes
A FASE, através do Fundo Dema e do Fundo SAAP, lançou o Edital Nilma Bentes para a II Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. Nilma, ativista negra paraense, com sua trajetória de vida segue a trilha de Carolina e tem com sua presença constante nas lutas construído possibilidades para que o mundo, enfim, seja um lugar onde gostamos de viver.
Esta iniciativa teve o objetivo de apoiar processos de mobilização locais, regionais e nacionais em preparação à II Marcha das Mulheres Negras, que aconteceu em Brasília em novembro deste ano, 10 anos após a primeira edição, que aconteceu em 2015.
Festival Saúva
Nos dias 3 e 4 de setembro, Belém foi palco de um movimento coletivo que reuniu debates, shows, mostras de cinema, jogos e contação de histórias. Através do Festival Saúva, avançamos em temas de justiça climática, transição justa e participação da população e dos territórios no contexto pré-COP 30 e Cúpula dos Povos.
Promovendo encontros potentes entre povos indígenas, quilombolas, jovens, movimentos sociais, pesquisadores, artistas e comunicadores, juntos construímos caminhos rumo à COP30.
40 Anos do Fundo SAAP
Há quatro décadas, o Fundo SAAP vem apoiando pequenas organizações, coletivos e grupos que lutam por justiça social e fortalecimento comunitário. Celebramos os 40 anos de sua atuação com a mesma missão: fortalecer vozes, inspirar mudanças e construir caminhos coletivos.
Etapa Brasileira dos Diálogos Amazônicos
No dia 29 de julho, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, a FASE Amazônia e o Fundo DEMA estiveram presentes na Etapa Brasileira dos Diálogos Amazônicos. Este encontro reuniu organizações, movimentos, coletivos, lideranças e especialistas para discutir as contribuições que a sociedade civil brasileira irá apresentar à V Cúpula da Amazônia, que irá acontecer em 22 de agosto, em Bogotá, na Colômbia, em que estarão presentes os líderes dos países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), com o propósito de reforçar a cooperação entre as nações participantes.
A iniciativa faz parte de um processo contínuo de articulação política que envolve diversas redes, movimentos e organizações pan-amazônicas, com o objetivo de influenciar as instituições por definir orientações e estratégias de desenvolvimento na região, como a OTCA. A FASE Amazônia atua em uma dessas redes, como integrante do Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA).
FASE Pernambuco é eleita para vaga no Conselho da Cidade de Recife durante 7ª Conferência da Cidade
Realizada nos dias 29 e 30 de junho, a conferência marcou um importante avanço na política de desenvolvimento urbano da cidade ao aprovar a implementação de planos comunitários de contingência e de adaptação climática. Essas iniciativas, propostas pela FASE Pernambuco, têm como objetivo preparar o município para eventos climáticos extremos e reduzir os impactos das mudanças climáticas na população, com atenção especial às comunidades localizadas nas periferias da cidade, onde há maior risco devido à alta vulnerabilidade socioambiental.
Na apresentação da proposta, a FASE Pernambuco, representada por André Araripe, Educador da FASE PE, destacou que os planos comunitários de contingência e de adaptação climática representam instrumentos essenciais que consolidam soluções locais, mais adequadas às necessidades de prevenção, preparação e resposta a eventos climáticos extremos. Durante a conferência, a FASE Pernambuco foi eleita para ocupar um assento no Conselho da Cidade do Recife.
Tribunal Popular em Defesa da Amazônia
Em um auditório superlotado na Universidade Federal do Pará (UFPA), durante a Cúpula dos Povos na COP 30, movimentos sociais, organizações de direitos humanos e lideranças tradicionais realizaram, na quinta-feira (13/11), o Tribunal Popular em Defesa da Amazônia, um júri popular que reuniu denúncias históricas contra grandes mineradoras atuantes no Pará.
O Tribunal, promovido pela FASE, MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração), GESTERRA/UFPA, AIAAV (Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale), SDDH/PA e Terre Solidaire, condenou por unanimidade as empresas Vale, Hydro, Imerys/Artemyn e Belo Sun por sucessivas violações socioambientais contra povos e territórios amazônicos.
Agosto Lilás
É uma campanha nacional de conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher, que foi instituída pelo Governo Federal em referência à Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) Neste contexto, a FASE Bahia promoveu atividades voltadas exclusivamente para as mulheres agricultoras, acompanhadas pelo projeto Ater Biomas, e também da comunidade local, nos municípios de Mutuípe e Ubaíra.
O encontro teve como objetivo ampliar a compreensão sobre as diferentes formas de violência e divulgar os canais de apoio disponíveis para as mulheres em situação de vulnerabilidade.
As agricultoras presentes também compartilharam relatos de suas próprias vivências, apontando como as mulheres estão sempre sobrecarregadas com as responsabilidades domésticas e tratadas como coadjuvantes no trabalho rural, sem remuneração ou autonomia sobre os recursos.
Oficina Nutrição das Plantas
As comunidades Boqueirão da Boa Ventura, situada no município de Ubaíra, e Riachão do Vinhático e Riacho do Meio, situadas em Mutuípe, participaram de uma oficina sobre “Nutrição das Plantas”, ministrada por Débora Nogueira, Luana Santana e Raquelice Cardoso, educadoras da FASE Bahia. Durante a atividade, foi relatado sobre os elementos essenciais para que as plantas sejam saudáveis e produtivas. A partir disso, os participantes compartilharam seus conhecimentos e abordaram a importância de garantir luz solar, água e nutrientes, que são elementos necessários para o desenvolvimento das plantas.
Como alternativa, as técnicas apresentaram manejos que favorecem a saúde do solo e das plantas, baseados em três missões fundamentais: agregar o solo, protegê-lo e aumentar a biodiversidade. A discussão também abordou a erosão hídrica, eólica, função dos microrganismos na estruturação do solo e a importância da biodiversidade para a resiliência dos agroecossistemas.
Transitar das urgências para as alternativas: a sociedade civil mobilizada no enfrentamento à crise climática nas cidades
Organizado pela FASE, Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Instituto Pólis, e Instituto de Estudos Sócio-econômicos (Inesc) no dia 10 de novembro.
O debate aconteceu no salão Uruçu do Pavilhão Brasil, na Green zone da COP30, e participaram do painel Sheilla Dourado, do Inesc, Cássia Caneco, do Instituto Pólis e Thomas Bross, do Klima Brundnis (Ação Climática). A mediação do debate ficou a cargo de Yuri Rodrigues, educador da FASE Amazônia.
Sara Pereira reafirmou o posicionamento da FASE de que a solução para a crise climática vem dos territórios e destacou que o fato da COP30 ser sediada em uma cidade da Amazônia brasileira. Ela enfatizou que só haverá justiça climática se os territórios forem ouvidos.
Cúpula dos Povos Nordeste na COP30
De 21 a 23 de agosto Fortaleza sediou a Cúpula dos Povos Nordeste na COP30 e o II Seminário: Transição ou transação energética? Conflitos, Violações de Direitos, Clima e Poder Digital. Eventos que reuniram diversas lideranças da região que discutiram o seu papel na construção de uma política climática nacional. A Eco Nordeste ouviu algumas dessas lideranças nesta série cuja proposta é a inserção do Nordeste na Cúpula Climática marcada para novembro em Belém do Pará.
Para Evanildo B. Silva, diretor executivo adjunto da FASE, a Cúpula dos Povos Nordeste representa um momento estratégico para que organizações e sociedade civil reflitam sobre as mudanças climáticas a partir de uma perspectiva regional. “É a oportunidade de refletir sobre as mudanças do clima a partir de uma visão do Nordeste, que em si já é uma condição peculiar e particular”, afirma.
Quintais Agroecológicos das Mulheres da Amazônia
O objetivo central do projeto é fortalecer as práticas coletivas agroecológicas e de conservação ambiental, com o intuito de aumentar e diversificar a capacidade de produção de alimentos e a geração de renda das mulheres envolvidas.
A iniciativa busca também promover a autonomia política e econômica dessas mulheres, além de valorizar a agricultura familiar, fundamental para a segurança alimentar das comunidades amazônicas.
2º Encontro Nacional de Agricultura Urbana
De 30 de julho a 2 de agosto, Recife, Pernambuco, foi palco do 2º Encontro Nacional de Agricultura Urbana (ENAU), um espaço de reflexão, articulação e fortalecimento das práticas de agricultura urbana e do direito à cidade. Após dez anos, a iniciativa foi realizada presencialmente sob o tema “Cidades que plantam! Agriculturas urbanas na luta contra a fome e por justiça climática”, com uma programação que abordou a importância de ações sustentáveis e de resistência como estratégias de enfrentamento à insegurança alimentar e às mudanças climáticas.
O encontro contou com a participação de cerca de 300 agricultores e agricultoras urbanas, integrantes de ONGs, professores e professoras de universidades, profissionais da Fiocruz, gestores do município de Recife e dos Ministérios de Desenvolvimento Agrário e de Desenvolvimento Social.
Dia Mundial da Água
Na semana que antecedeu o Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, movimentos sociais e organizações da sociedade civil se organizaram em torno da pauta. A FASE esteve presente em atividades na região amazônica e no Rio de Janeiro, além de ter lançado o curta-documentário “Caminho das Águas: das nascentes às torneiras”, reforçando a urgência de se encontrar alternativas para garantir um futuro com águas acessíveis para todas as pessoas.
No estado do Pará, a FASE Amazônia participou de ações em Santarém e na região do Baixo Tocantins, áreas de atuação da FASE. No Rio de Janeiro, onde a FASE tem sua atuação mais focada no território urbano, voltada para o direito à cidade, educadores participaram da manifestação contra a privatização dos serviços de água no estado.
Quintais Produtivos para Recuperação de Áreas Degradadas em Mato Grosso: Araputanga (MT)
Durante os dias 15, 16 e 17 de maio, a equipe da FASE Mato Grosso esteve com o Centro de Tecnologia Alternativa (CTA) no PA Floresta, situado no município de Araputanga (MT), para realização de uma oficina de restauração a partir da prática de demarcação das curvas de nível em uma área extremamente suscetível à voçorocas, algumas já em processo de formação. A oficina foi realizada em conjunto com as agricultoras e agricultores envolvidos no projeto “Quintais Produtivos para Recuperação de Áreas Degradadas no Mato Grosso”.
As voçorocas são crateras no solo, iniciadas a partir da erosão do mesmo, causadas pelo impacto da água da chuva em áreas desmatadas e com solos compactados – como a água não consegue infiltrar no solo, acaba escorrendo superficialmente de forma a criar fluxos intensos de água e terra. Um dos efeitos da erosão nessa região já podem ser observados a partir da diminuição do volume de água nos Rios Verde e Vermelho, que sofrem com o assoreamento.
Saberes da Agroecologia com Projeto ATER Biomas
A FASE Bahia, que atua no território Vale do Jiquiriçá, no Centro Sul do estado, chega à comunidade do Fojo, dentro do programa ATER Biomas.
Em fevereiro, técnicos educadores da FASE Bahia prestaram assistência a agricultoras e agricultores acompanhados pelo projeto. Durante as visitas, os técnicos conseguiram identificar doenças e pragas que estão afetando a produção de alimentos das famílias e fizeram recomendações com foco na utilização de biofertilizantes e inseticidas naturais. A FASE não apoia a utilização de agrotóxicos e defensivos químicos e preza pela segurança e soberania alimentar das famílias.
Justiça Climática: a solução vem dos territórios
O Festival Saúva lançou a campanha da FASE “Justiça Climática: A solução vem dos territórios”, que denuncia a apropriação de terras e a invisibilização de sujeitos nos debates sobre a crise climática, enquanto afirma essas vozes como protagonistas das soluções. A crise climática é sistêmica, alimentada por um modelo de desenvolvimento que mercantiliza a natureza, privatiza bens comuns e reduz a Amazônia a uma vitrine a serviço de interesses corporativos.
A campanha reafirma que as soluções já existem: vêm das práticas populares, saberes tradicionais e resistência coletiva na cidade, no campo, na floresta e nas águas.
Pré-COP em Brasília
A menos de um mês da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a FASE esteve em Brasília (DF) para participar da Pré-COP, evento preparatório que reuniu negociadores de 67 países e ministros de Estado para alinhar discussões sobre a agenda climática global. A FASE foi representada por Maureen Santos, coordenadora do Núcleo de Políticas e Alternativas (NUPA).
Durante a Pré-COP, foram debatidos temas como financiamento climático, transição justa, proteção dos territórios e o papel da sociedade civil nas negociações. Nestes espaços, a FASE reforça a necessidade de que os compromissos dos países se traduzam em ações concretas de redução de emissões, respeito aos direitos territoriais e promoção da justiça social e ambiental.
Reunião com Delegação do Parlamento Europeu
Entre os dias 21 e 23 de julho, uma missão oficial da Comissão de Comércio Internacional (INTA) do Parlamento Europeu esteve no Brasil para aprofundar o diálogo com autoridades, empresários e representantes da sociedade civil sobre o Acordo de Associação União Europeia-Mercosul. A delegação foi composta por 12 parlamentares europeus, acompanhados de assessores e intérpretes, totalizando mais de 20 integrantes.
O programa da visita incluiu audiências ministeriais, encontros com setores empresariais ligados ao agronegócio e a empresas internacionais, além de uma única reunião com representantes da sociedade civil e movimentos sociais críticos ao acordo – número significativamente menor que os encontros realizados com o setor empresarial. A reunião com a sociedade civil ocorreu no dia 23 de julho, em São Paulo, e contou com a participação de João Vitor Sooma, educador do Núcleo de Políticas e Alternativas (NUPA) da FASE e representante da Frente Brasileira Contra os Acordos Mercosul-UE e Mercosul-EFTA.
Nota pública da FASE em resposta ao massacre no Rio de Janeiro
FASE manifestou sua profunda indignação diante da operação policial que resultou, até o momento, em mais de 100 mortes no Rio de Janeiro, um crime de Estado que afronta o direito à vida e à dignidade humana.
O massacre promovido pelo Estado, sob o nome de “Operação Contenção”, escancara o fracasso de uma política de segurança construída sobre a lógica da guerra e da eliminação. O que o governo chama de “combate ao crime” é, na verdade, a institucionalização da morte como ferramenta de gestão das favelas. Essa tragédia anunciada repete o mesmo roteiro de outras chacinas que marcaram a história recente do Rio: o uso indiscriminado da força contra corpos negros e empobrecidos, tratados como alvos e não como cidadãos.
A atuação da FASE no Rio de Janeiro fortalece e defende historicamente a redução das desigualdades e violências em territórios de favelas e periferias, apoiando jovens, mulheres e famílias na resistência às opressões urbanas e à militarização dos territórios.
Jornada Somos a Floresta – Pré-Cúpula dos Povos do Nordeste Paraense
No dia 24/10, comunidades tradicionais da Amazônia interditaram a PA-483, no território do Tauá, em um forte ato por Justiça Climática. Promovida pela FASE e pelo Fundo Dema, a mobilização marcou o início da Jornada Somos a Floresta – Pré-Cúpula dos Povos do Nordeste Paraense, processo que articula diversos movimentos sociais da região na construção da Cúpula dos Povos rumo à COP30.
A ação reforçou a importância da união entre os povos para lutar por direitos, proteção e bem-viver nos territórios. Durante o ato, lideranças entregaram ao Ministério Público uma carta com denúncias e reivindicações urgentes.
Financiamento para Justiça Climática
No dia 17 de outubro, a FASE, em parceria com o Fundo Babaçu e a Rainforest Action Network (RAN), promoveu um debate sobre o acesso a recursos e justiça climática para povos de comunidades tradicionais no mini auditório da casa do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social) em Belém.
Letícia Tura, diretora executiva da FASE, comentou como o debate põe em evidência os problemas no financiamento bancário de uma forma geral e de como o financiamento bancário tem gerado desmatamento. defendeu ainda que os financiamentos apoiem infraestruturas básicas nos territórios, de modo que os projetos possam crescer, alcançar mais comunidades e deixar de ser iniciativas isoladas.
O encontro ressaltou a importância de ampliar o acesso a recursos, valorizar o conhecimento tradicional e construir modelos financeiros que protejam as florestas.
5ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres
O encontro reuniu cerca de 1.200 mulheres, representantes de diferentes territórios da Bahia, com o objetivo de consolidar as propostas debatidas anteriormente nas etapas municipais e territoriais.
A FASE Bahia marcou presença no evento, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos das mulheres, atuando na construção da autonomia econômica e na formação política, entendendo esses processos como caminhos essenciais para o enfrentamento às diversas formas de violência de gênero.
Capacitação para Criação de Galinha Caipira
A iniciativa buscou atender as demandas locais voltadas ao manejo sanitário e alimentar de galinha caipira, atividade cada vez mais presente na geração de renda e segurança alimentar das famílias agricultoras. As oficinas foram organizadas pelos educadores e educadoras da FASE Bahia José Henrique, Ariane Araújo, Raquelice Cardoso, Débora Nogueira e Luana Santana, que acompanham as famílias das comunidades citadas, e conduzidas por Fernando Oiticica, coordenador técnico da FASE Bahia.
A capacitação abordou também a importância de um calendário de vacinação, de programas de vermifugação e do melhoramento genético para o aumento da produtividade em carne e ovos.
Durante a atividade, os participantes tiveram acesso ao folheto com orientações sobre alimentos que fornecem energia, proteínas, vitaminas e minerais, essenciais para a produção de vários tipos de ração de menor custo, quantidade de água suficiente e de boa qualidade.
19ª Conferência Internacional sobre Adaptação Comunitária às Mudanças Climáticas (CBA19)
Realizado no Centro Cultural Cais do Sertão, o encontro reuniu cerca de 390 participantes de 78 nacionalidades, com o objetivo de debater soluções climáticas centradas em justiça, equidade e protagonismo das comunidades diretamente impactadas pela crise climática. A FASE Pernambuco integrou a programação como uma das organizações parceiras do evento.
Durante três dias, a conferência se estruturou em três eixos principais: adaptação local, adaptação urbana e natureza e adaptação, promovendo diálogos entre representantes de movimentos sociais, organizações comunitárias, governos, pesquisadores e agências internacionais
O CBA19 é organizado pelo Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco e o Instituto Clima e Sociedade (iCS).
COP30 e as lutas socioambientais: o que está em jogo para o clima?
No dia 08 de agosto, a FASE Rio esteve presente na 5ª Roda de Conversa realizada pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – Núcleo Rio em parceria com outras organizações e movimentos sociais como a Cúpula dos Povos Rumo à COP30, a campanha Rio Capital do Caô Climático, a Coalizão pelo Clima, o Plante Rio e a Fundição Progresso.
O debate contou com a mediação de Clara de Lima (FASE Rio) e Carmem Castro (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul – PACS); a abertura de Denise Amador (Plante Rio); e as contribuições de Aercio B. Oliveira (FASE), William Cruz (Rede de Educação Popular da Baixada Fluminense – REP-BXD), Bia Nunes (Associação de Comunidades Remanescentes de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro – Acquilerj), Rosa Peralta (KOINONIA), Ana Luisa Queiroz (Instituto PACS) e Renato Cinco (Coalizão Pelo Clima).
FASE no 8 de março
Na FASE, defendemos a causa das mulheres como sujeitos de direitos. As nossas ações nos diferentes territórios de atuação, seja nas cidades, nas florestas, no campo e nas águas, visam a apoiar e incentivar a organização de mulheres através da formação política e da construção da autonomia econômica.
Atuamos ainda com o objetivo de fomentar articulações e ações locais, regionais e nacionais realizadas e protagonizadas por mulheres, contribuindo com o fortalecimento de suas identidades individuais e coletivas, estimulando a auto-organização das mulheres e suas reivindicações por direitos e políticas públicas.
Quintais Produtivos para Recuperação das Áreas Degradadas em Mato Grosso: Boa União, em Lambari D’Oeste (MT)
Enquanto o agricultor e agrofloresteiro José Leal da Silva Neto coloca suas botinas para nos mostrar a floresta que plantou, conta um pouco de sua história e de suas motivações para o reflorestamento de quase 5 hectares de terra, com foco principalmente nas áreas de proteção permanente ao redor das inúmeras nascentes localizadas em sua propriedade. Seu José Leal e sua esposa moram na Comunidade Boa União, em Lambari D’Oeste (MT), e fazem parte de uma das 15 famílias beneficiadas neste município pelo projeto da FASE MT, iniciado em 2023 em parceria com o CTA (Centro de Tecnologias Alternativas).
No início do ano, educadoras populares da FASE MT estiveram em Lambari D’Oeste, mais especificamente nas comunidades rurais São José do Pingador, Boa União e Sarizal, distribuindo mudas de espécies nativas e frutíferas produzidas no viveiro do CTA e nos viveiros comunitários espalhados pelas comunidades participantes do projeto, sob os cuidados atentos das guardiãs e guardiões da biodiversidade.
Rodas de Conversa do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental (FMCJS)
Cerca de 25 representantes de organizações da sociedade civil, grupos, coletivos e movimentos sociais da região metropolitana do Rio de Janeiro, e região serrana do Estado, participaram do primeiro ciclo de Rodas de Conversa do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental (FMCJS) do Núcleo Rio, na sede da FASE Nacional, no dia 11 de fevereiro.
O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental é uma articulação de Entidades, Pastorais e Movimentos Sociais que atuam em rede para gerar consciência crítica e enfrentamento em relação a tudo que causa o aquecimento da Terra e vai tornando mais perigosas as mudanças climáticas, de modo especial para os povos, comunidades e pessoas que as sociedades capitalistas jogam na marginalização e na miséria.
Orientações para Produção Agroecológica e convivência com Bioma e Clima
A oficina aconteceu em Mutuípe, no Vale do Jiquiriçá, mas também estiveram representados outros dois territórios: Piemonte do Paraguaçu e Chapada Diamantina, para pensarem juntos no fortalecimento de um modelo justo e saudável de produção
A oficina foi facilitada pelo professor Daniel Dourado e pelo representante da Diretoria de Invocação e Sustentabilidade – DIS, Edson Ribeiro, que juntos apresentaram às equipes das entidades e demais agricultores presentes diversas práticas agroecológicas para defesa de pragas, doenças e adubação.
A primeira parte aconteceu na Secretaria de Agricultura do município de Mutuípe, no território Vale do Jiquiriçá, e a parte prática aconteceu no Sítio Menino de Luz, com o apoio da Prefeitura de Mutuípe. A oficina integra o cronograma do projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER Biomas, financiado pelo Governo da Bahia, por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural e Secretaria de Desenvolvimento Rural – BAHIATER/SDR.
Redução dos Ultraprocessados na Alimentação Escolar: uma conquista
O presidente Lula anunciou a nova Resolução do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento (CD/FNDE Nº 3, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2025). A medida prevê, na aplicação dos recursos para o PNAE, no mínimo 80% (oitenta por cento) para a aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados e, no máximo, 15% (quinze por cento) para a aquisição de alimentos processados e ultraprocessados. Define ainda a perspectiva que a partir de 2026 haja a redução para 10% (dez por cento) de aquisição dos ultraprocessados.
A FASE participou, representada por Cidinha Moura, coordenadora da FASE Mato Grosso e atual conselheira do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), em nome da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA); Rosélia Mello, coordenadora da FASE Bahia e representante do Conselho Consultivo do PNAE; e a assessora do Núcleo de Políticas e Alternativas da FASE (NuPA), Maria Emília Pacheco, que também integra Grupo Consultivo do PNAE, em nome da Mesa de Diálogos Catrapovos do Brasil.
Diálogos Amazônicos
De 18 a 22 de agosto, a FASE esteve presente no evento Diálogos Amazônicos, que antecedeu a V Cúpula dos Presidentes da Amazônia no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Realizado em Bogotá, na Colômbia, o FOSPA (Fórum Social Pan Amazônico) Colômbia assumiu a liderança da articulação da sociedade civil e mobilizou os demais países a também realizarem diálogos amazônicos preparatórios. No Brasil, o evento ocorreu nos dias 29 e 30 de julho, em Belém.
Sara Pereira, coordenadora da FASE Amazônia e integrante do Comitê Internacional do FOSPA, participou do evento e esteve em mesas importantes que analisaram caminhos e desafios para a proteção da Amazônia: um balanço da Declaração de Belém (Carta da IV Cúpula dos Presidentes Amazônicos, 2023), organizado pela Plataforma Cipó; e a mesa “Transição Justa e Gênero”, promovida pelo governo colombiano.
Conferência de Bonn
Durante a 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários da ONU sobre o Clima (SB62), conhecida como Conferência de Bonn, realizada na cidade de Bonn, na Alemanha, Maureen Santos, coordenadora do Núcleo de Políticas e Alternativas da FASE (NUPA), esteve presente representando a Cúpula dos Povos Rumo à COP30.
A Conferência de Bonn reuniu as Partes do Acordo de Paris e da convenção de clima, organizações sociais e representantes de movimentos sociais de diferentes países no intuito de debater caminhos de enfrentamento à crise climática. Paralelamente, membros da Comissão Política da Cúpula dos Povos e representantes de redes e movimentos sociais iniciaram uma série de encontros com parceiros estratégicos internacionais.
