Edição 66, setembro / 1995
Esta edição é resultado de uma parceria entra a FASE e a Oficina de Ensino e Pesquisa em Ciências Sociais da UERJ e traz artigos e entrevistas que discutem as transformações materiais e simbólicas por que vem passando a sociedade brasileira. Frequentemente tomando o Rio de Janeiro como metáfora da Nação, procura analisar os processos de reestruturação, globalização e seus efeitos em termos de exclusão, fragmentação e apartação social, e examinar as representações e práticas que expressam e constituem os processos de desigualdade, discriminação e criminalização nas metrópoles brasileiras. A análise do medo e do mal-estar decorrentes da banalização da violência e da desvalorização da vida é outro ponto destacado que se articula à reflexão sobre a crise de identidade de indivíduos e grupos sociais e a desconstrução dos padrões tradicionais de sociabilidade.
Edição 65, junho / 1995
Esta edição apresenta o histórico, o sentido e o nexo das conferências dos Projetos Estratégicos Alternativos para o Brasil e o papel da sua Agenda Preliminar que aqui editamos na íntegra.
Edição 64, março / 1995
A edição “Globalizar ou integrar?” aborda, desde ângulos diferentes, questões referentes ao padrão de articulação das relações internacionais e do desenvolvimento com a produção e o aprofundamento de dualismos. Demonstra que a crítica à apartação social, tanto nos países centrais quanto nas periferias e todos os continentes, é a manifestação mais patente do fracasso social da ideologia e da prática do neoliberalismo. Abordando temáticas especificas como a revisão social da Cúpula Social em Copenhague ou a dos direitos dos trabalhadores no processo de integração regional do Cone Sul, traz indicações de possíveis perspectivas e visões para a construção de alternativas de desenvolvimento para disputar a orientação dos processos de internacionalização que, na sua forma tecnológica, empresarial, financeira e mesmo cultural, se denomina globalização.
Edição 63, dezembro / 1994
Esta edição foi organizada em conjunto com a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET), entidade de congrega profissionais de diferentes formações interessados na temática do trabalho. O objetivo desta edição é discutir os temas Pobreza, Trabalho e Renda em artigos divididos em quatro blocos, onde o primeiro trata da questão da pobreza, suas diferentes definições e a metodologia utilizada no Mapa da Fome do IPEA. O segundo trata do mercado de trabalho através de uma avaliação da questão do desemprego nos países ricos e suas implicações para o Brasil, da relação do setor formal da economia com o informal e da evolução da produtividade industrial. O terceiro analisa o mercado de trabalho do ponto de vista da reação sindical na área urbana e o quarto e último bloco traz algumas propostas e experiências de organizações não-governamentais, apresentando a experiência de um grupo de mulheres em Manaus e uma metodologia para capacitação de empreendedores difundida pelo Centro CAPE de Minas Gerais.
Edição 62, setembro / 1994
Os artigos reunidos nesta edição tratam de um dos principais aspectos da crise brasileira na atualidade: a crise urbana. Os resultados do Censo mostram que somos hoje um país essencialmente urbano, pois mais de 70% da população é moradora de cidades. O conjunto das áreas periféricas das metrópoles brasileiras concentram hoje maior quantidade de pobres e miseráveis que a zona rural. Por outro lado, a urbanização brasileira deixou de representar o papel de integrador social no mercado de trabalho, nas relações de sociabilidade ou na cultura moderna e tomou-se um processo de consolidação da exclusão social e da afirmação de identidades fragmentadas. A noção de apartheid social descreve as novas tendências da estrutura social urbana.
Edição 61, junho / 1994
Nesta edição, apresentamos diversas reflexões que podem ajudar a repensar o Brasil e a sua relação entre os seus recursos, os instrumentos de força e o bem-estar social num projeto nacional. Por outro lado, debateremos também sobre a inserção do país no contexto internacional e a reforma do Estado dentro de uma perspectiva que valorize a democracia e a cidadania.
Edição 60, março / 1994
Esta edição traz como tema o “genocídio social” e aborda questões como o etnocídio social ou processo seletivo de extermínio de segmentos sociais pobres e miseráveis, realizado sob as mais variadas formas, visando quase sempre grupos étnicos raciais definidos: negros, nordestinos etc. Outra tendência torna visível uma cultura da violência que é justificadora no plano ideológico, aterrorizadora no plano psicológico e favorável ao desenvolvimento de soluções autoritárias no plano da ordem social.
Edição 59, dezembro / 1993
Neste número da Revista Proposta, a FASE promove um debate sobre a situação das políticas públicas no Brasil. Falamos também sobre as possibilidades e limites das iniciativas de governos municipais, dos movimentos sociais e da cidadania em geral como parte do processo de resgatar a responsabilidade pública com o enfrentamento do quadro de miséria e apartação social.
Edição 58, setembro / 1993
Esta edição traz como tema a “Democratização dos meios de comunicação”. O lento e gradual processo de democratização da sociedade brasileira alcança hoje o campo da comunicação. A importância deste processo é a possibilidade de resgatar, na população, a credibilidade do conceito de cidadania, desgastado num país onde o trato da coisa pública se esconde na ausência de transparência, reforçando a cultura da impunidade. O conjunto de questões, limites e desafios colocados para a conquista de uma comunicação democrática, está aqui retratado na análise de diversas experiências de rádio, TV e impressos.
Edição 57, julho / 1993
Esta edição é exclusivamente dedicada à revisão constitucional que entrou em debate no ano de 1993. Era preciso discutir o significado da Constituição e os conflitos de interesses, opiniões e projetos políticos sobre seus diversos dispositivos. Estava em disputa o sentido da revisão constitucional. Diversos grupos de pressão, especialmente os setores do empresariado identificados com o neoliberalismo, se articulavam com a finalidade de modificar, total ou parcialmente, o texto constitucional. Mas as forças democráticas e, sobretudo, os movimentos sociais estavam, em sua maioria, ausentes deste embate. E, sendo contra ou favor, os movimentos sociais não podem deixar que o debate e o sentido da revisão sejam monopolizados pelas elites conservadoras e as classes dominantes. Esta edição pretende estimular este debate entre os atores democráticos e populares e subsidiar os movimentos sociais na elaboração de uma estratégia de intervenção sobre as esferas cultural e institucional da sociedade brasileira.
Edição 56, março / 1993
Este número da Revista Proposta fala sobre a questão do meio ambiente no Brasil. O objetivo é mostrar o movimento de solidariedade em busca de uma terra em que a mesa seja posta para todos, onde as águas, campos e florestas nos dêem o prazer de nos sentirmos vivos. Queremos a construção de um projeto de desenvolvimento para o país que comporte várias dimensões como a política, econômica, espiritual, social, cultural e ambiental.
Edição 55, novembro / 1992
Nesta edição, debatemos questões importantes para a democratização das relações sociais criadas e recriadas em torno da agroindústria. Discutiremos o processo de modernização/radicalização da exclusão em curso no setor sucroalcooleiro; a violência contra os trabalhadores rurais canavieiros em Alagoas e no Nordeste; a problemática dos migrantes; a luta dos trabalhadores do açúcar e do cacau para interferir nas estratégias de desenvolvimento de regiões como Ribeirão Preto, em São Paulo, e no sul da Bahia, imbricadas com formas de percepção da problemática ambiental. Além disso, falamos sobre as relações internacionais dos trabalhadores dos complexos, inseridos em processos de produção que rompem as fronteiras nacionais e revelam as desigualdades entre o Norte e o Sul do mundo.
Edição 54, agosto / 1992
Em agosto de 1990, na edição n° 45 da Revista Proposta apresentou um primeiro questionamento sobre as vivências iniciais das administrações eleitas para prefeituras municipais de algumas das principais capitais brasileiras, que traziam nos seus programas propostas de participação popular. Sintomaticamente, a capa tinha como ilustração um grande abacaxi. Agora, dois anos depois e quase ao final do mandato daquelas administrações, a FASE procura sistematizar os principais avanços e virtudes e as dificuldades mais recorrentes na trajetória dessas prefeituras e de suas relações com os movimentos sociais urbanos.
Edição 53, maio / 1992
Esta edição conta com artigos que visam contribuir para as discussões que estavam para acontecer no mês de junho durante a a Conferência sobre Meio ambiente e Desenvolvimento(Rio-92). Seja no debate internacional sobre Meio ambiente, desenvolvimento e relações Norte-Sul, os caminhos da agricultura, do modelo industrial e das grandes metrópoles, a FASE auxilia esse debate a partir da sua experiência de mais de 30 anos com sujeitos coletivos populares. A ideia é falar também da necessidade e urgência de um novo modelo de desenvolvimento no Brasil e em escala global.
Edição 52, março / 1992
A economia está levando as elites brasileiras a repensarem a educação no país. Para os setores populares organizados, que há décadas vêm lutando pela escolaridade das famílias trabalhadoras, os estudos sempre tiveram um grande significado. Por isso, nesta edição da edição da Revista Proposta não é denunciado apenas o fato dos mais pobres não terem acesso aos bancos escolares – tema já conhecido e assunto de reportagens nos meios de comunicação de massa. O objetivo é mostrar uma pluralidade de saídas para garantir às classes populares o direito à educação, pressuposto da cidadania.
Edição 51, novembro / 1991
Nesta edição, a Revista Proposta discute a relação dos movimentos sociais com as populações não-brancas do país. O Brasil é uma nação que questiona as desigualdades e também a auto-imagem racial dominante construída ao longo de sua história. E do mesmo modo em que a educação formal é questionada pelo modo como reproduz o racismo e uma visão do índio como perigoso e selvagem, a educação popular também merece as suas críticas. É nesse contexto que se insere esta edição, num momento de diálogo com falas capazes de surpreender, incomodar, questionar e apontar novas questões e horizontes.
Edição 50, setembro / 1991
Criada em 1983, sob o influxo da poderosa mobilização dos trabalhadores que contribuiu para pôr fim às regras autoritárias do regime militar, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza em setembro de 1991 o seu IV Congresso. A capacidade de mobilização e o seu forte espírito de autonomia, que chamaram a atenção de sindicalistas de várias partes do mundo, recebe atenção desta edição da Proposta. Esta edição contribui para esse grande debate discutindo, dentre outros temas, as relações entre a organização de base; e a reestruturação industrial no Brasil, com destaque para a introdução de novas tecnologias e novos processos de trabalho.
Edição 49, junho / 1991
Reconstruir a democracia no Brasil implica romper com o legado histórico de violência do Estado e das classes dominantes nos anos de chumbo. Por isso, neste número, apresentamos experiências que mostram como a sociedade civil está disposta a enfrentar o discurso cínico e ilusionista da direita – que se beneficiou do regime militar – e acena com a pena de morte como instrumento de controle da violência.
A democratização exige a ampliação dos conceitos de direitos humanos, incluindo temas como cidadania, a segurança de direitos individuais e coletivos, respeito ao meio ambiente e também um modelo de desenvolvimento que dê a garantia de trabalho, educação, comida e saúde para todos.
Edição 48, março / 1991
Esta edição da Revista Proposta fala sobre a Amazônia Oriental, primeira porta de entrada do Brasil à colonização, ao saque e ao genocídio dos povos indígenas. Para a FASE, que trabalha há mais de 20 anos na região ajudando pequenos produtores na sua luta pela sobrevivência individual e coletiva, espanta ver que o governo possa se colocar na vanguarda da preservação quando os ignora. A sua diversidade de populações nos convida a pensar a floresta não apenas pela sua grandeza. O desafio está em adequar propostas educativas e de desenvolvimento sustentável para cada grupo social sem perder a visão totalizante que o bioma merece.
Edição 47, novembro / 1990
A questão da participação popular e das formas alternativas de organização da população urbana suscita uma reflexão específica no que se refere à educação popular. A experiência concreta de participação popular em um projeto econômico encaminhado pelo próprio movimento organizado traz no seu bojo importantes questões referentes à problemática urbana, como pode mostrar esta edição de proposta. Também são temas: a questão da moradia e do saneamento básico; a ampliação dos direitos sociais e o exercício pleno da cidadania; a participação popular e a sua capacitação para o desenvolvimento autônomo de projetos econômicos; a questão organizativa, a solidariedade e a experiência de mutirões.