CARTA POLÍTICA – Seminário Mulheres em Luta contra o Racismo Ambiental e por Justiça Climática
Carta política proveniente do Seminário Nacional “Mulheres em Luta contra o Racismo Ambiental e por Justiça Climática”,organizado pelo Grupo de Trabalho Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia, assinada pela FASE
O texto redigido por mulheres negras, indígenas, quilombolas, de terreiro, agroextrativistas, ribeirinhas, agricultoras urbanas, agricultoras familiares e camponesas, juntamente com técnicas e educadoras de organizações de apoio à promoção da agroecologia trazem um panorama da valorização da soberania alimentar e contra o racismo.
Colocando em evidência oito pontos importantes para a qualidade da vida das mulheres, elas manifestam desde as ameaça aos modos de vidas tradicionais camponeses até mesmo a negação às mulheres da condição do acesso à política públicas como educação, saúde e cultura.
Carta das Mulheres Quilombolas de Sapê do Norte
Manifesto publicado em março de 2024 no Espírito Santo denuncia a dificuldade de moradoras de quilombos no acesso a políticas públicas de titulação das terras, de liberdade religiosa, de ações contra a violência de gênero, de livre trânsito nos teritórios, de reparação a danos de impactos ambientais, entre outros
Edital para contratação de Comunicador Popular
A FASE – Solidariedade e Educação abre edital para contratação de Comunicador Popular em sua sede no Rio de Janeiro. O trabalho será no escopo do projeto “Água para quê e para quem? Protegendo a água como um direito humano e um recurso comum no Brasil”.
Para esta função, a/o candidata/o deve ter formação em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, e experiência comprovada.
Leia o edital e saiba mais sobre a vaga.
Dossiê ÓAÊ 2023/2024
Carolina Maria de Jesus, no livro ‘Quarto de Despejo – Memórias de uma Favelada’ (1960), nos dizia que “o maior espetáculo do pobre na atualidade é comer”, o que é ainda muito atual em um país onde mais de 33 milhões de pessoas convivem com a fome.
A atualidade do pensamento de Carolina, em conjunto com os ensinamentos de Josué de Castro, nos relembra a todo tempo que a fome é uma questão política. Também nos faz pensar que as escolhas políticas em torno da concepção e da execução das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional (SAN) e de combate à fome são também escolhas daqueles que comem, e que nem sempre estão evidamente atentos às iniquidades no acesso a estas políticas e às formas como o racismo estrutural e institucional opera, excluindo sobretudo as pessoas mais vulneráveis.
Leia mais no documento ÓAÊ – 2023 -2024 – Diversidade e desigualdade na alimentação escolar, do Observatório da Alimentação Escolar.
Carta Aberta sobre o plano de Transformação Ecológica do Brasil
A REDE BRASILEIRA DE JUSTIÇA AMBIENTAL (RBJA), articulação de coletivos atuantes contra o racismo e as injustiças ambientais, encaminhou hoje uma Carta Aberta aos Ministros Fernando Haddad e Marina Silva, expressando um conjunto de preocupações relacionadas ao Plano de Transformação Ecológica que o governo tem anunciado como estratégia nacional para o enfrentamento à emergência climática.
Os resultados insatisfatórios da COP 28, reforçam as preocupações da RBJA de que uma efetiva transição energética precisa ter metas e prazos claros, renunciar à exploração de novas fontes fósseis e energia nuclear e expandir a geração de energias renováveis sem que os impactos decorrentes da mineração e instalação dessas novas fontes afetem justamente e novamente as populações mais vulneráveis do país, o que já vem ocorrendo em muitos casos.
Campanha Nem Um Poço a Mais – Por áreas livres de petróleo
Basta de expansão petroleira
Diga Não aos Ciclos de Ofertas Permanentes da ANP
Na COP, Conferência do Clima, enquanto os governos e as empresas apresentam ao mundo, pela 28a vez, seus vagos compromissos contra o aquecimento global, em todo planeta segue acelerada a expansão da
indústria petroleira e da sociedade petrodependente. Novembro de 2023 foi o Novembro mais quente da história.
No Brasil, ao apagar das luzes,enquanto as atenções se concentram na COP 28, a Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP), no próximo 13 de Dezembro, oferta 602 novos blocos exploratórios, em 9 bacias sedimentares, em terra e no mar, além de 5 blocos na região do pré-sal. Trata-se do 4o. Ciclo da Oferta Permanente de Concessão e do 2o. Ciclo de Oferta Permanente de Partilha. Para as comunidades, o acesso às informações é dos mais difíceis. Como em leilões anteriores, estão em oferta os territórios tradicionais quilombolas, indígenas e de pesca artesanal, além de territórios camponeses e de Reforma Agrária. Na mesma oferta estão as matas, os rios e lagoas, os mangues e as praias. No Amazonas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. British Petroleum (BP), Chevron, Total, Shell e mais de 80 outras empresas petroleiras estão de olho nas prateleiras do mercado permanente da ANP.
Rumo à Cúpula dos Povos da COP 30
A Cúpula dos Povos da COP 30 reunirá centenas de organizações da sociedade civil demandando uma agenda comum socioambiental e climática do governo brasileiro e do restante do mundo. Como próximos passos ampliaremos esse processo e será divulgado um
calendário de lutas e atividades com vista a essa construção de unidade na diversidade.
Reconhecemos os processos históricos e existentes de construção da convergência popular na Pan-Amazônia e da solidariedade entre os povos do mundo frente aos impactos da crise
climática e que os mesmos não chegam da mesma forma para todes.
FASE e outras organizações protocolam manifesto contra o Pacote do Veneno na presidência do Senado
Nós, organizações da sociedade civil abaixo assinadas, expressamos nosso profundo
descontentamento em relação ao Projeto de Lei (PL) 1.459/2022, conhecido
popularmente como o “Pacote do Veneno”, aprovado na Comissão de Meio Ambiente
do Senado Federal no dia 22 de novembro de 2023.
Sob a falsa premissa de modernização e forte pressão da Frente Parlamentar
Agropecuária (FPA), optou-se por levar adiante um PL que ignora noções básicas de
risco em prol de imperativos de um mercado tóxico. A Lei nº 7.802/1989, que
estabelece princípios essenciais para a proteção do meio ambiente equilibrado e da
saúde coletiva, se baseia no princípio da precaução no uso de agrotóxicos, garantindo
um maior nível de segurança
Carta Final – III Encontro Mulheres do Cerrado
Chegamos acolhidas pelo Centro de Agricultura Alternativa
(CAA), chegamos com a justiça no romper da madrugada, de
lugares e jeitos diferentes cheias de expectativas, saberes e fazeres;
estamos chegando pelas portas e janelas, rios e vielas. Nós estamos
chegando com nossos cantos, poesia, sonhos, ancestralidade,
espiritualidade, fortalecidas pelas vozes de espaços políticos como
a Marcha das Margaridas e Marcha das Mulheres indígenas.
Somos mulheres de vários povos, Apinajé, Xerente, Xakriabá,
Akroá Gamela, Kiriri, Tuxá, Comunidades Quilombolas,
geraizeiras, ribeirinhas, veredeiras, sem-terra, raizeiras,
benzedeiras, caatingueiras, apanhadoras de flores, vacarianas e
quebradeiras de coco babaçu, reafirmando nossos modos de vida
tradicionais como plantadeiras de semente boa. Somos a
Sociobiodiversidade do Cerrado!
Parecer dos Povos sobre a Proposta para Adoção de um Sistema de Cotas e Comércio de Poluição no Brasil
No primeiro ano do governo Lula, a agenda climática é alçada ao patamar de alta prioridade tanto na política internacional quanto na política brasileira. Nesse contexto, o Congresso Nacional negocia a aprovação de uma regulação que visa criar um sistema para a distribuição e compra/venda de licenças de poluição no país
Manifesto Internacional pelo Yasuní
Em 20 de agosto, quase 60% dos cidadãos equatorianos disseram um sonoro sim em uma consulta popular nacional para manter o petróleo no subsolo do Bloco 43 do Parque Nacional Yasuní. Mais do que um plebiscito, foi uma celebração por um novo horizonte de vida para o Equador e para o mundo no presente e no futuro. Essa decisão é um ato de realismo poético, é simbólico-psicomágico e absolutamente necessária para sustentar a vida no planeta.
A Consulta realizada, 10 anos após o pedido original de realização do plebiscito, alcançou o apoio legalmente exigido, e mostra o triunfo de uma cidadania com capacidade de lutar por seus direitos e bem-estar diante da oposição de governos passados. Essa reafirmação do sim à vida é mais um passo em um processo de justiça restaurativa para toda a Amazônia ferida e com seus povos.
Apesar do tempo que deveria ter decorrido desde a realização do referendo, apesar de uma agressiva e bem financiada campanha de medo contra esta iniciativa, os equatorianos votaram sim à mudança com a firme confiança de que outro mundo é possível. Esta é uma grande lição sobre os significados da democracia, da política e da participação que colocam o cuidado da vida no centro da luta pela superação de múltiplas crises. Ativistas de todo o mundo reconhecem que o Equador é hoje uma referência para forjar uma cidadania que olha para o futuro, de uma forma nova e visionária